Algoritmos do Facebook contribuíram para a limpeza étnica em Myanmar
Dois minutos para os direitos humanos é o nome de uma rubrica que O MIRANTE publica regularmente em parceria com a Amnistia Internacional. Os textos são da responsabilidade da organização.
1. Myanmar
Numa altura em que se assinala o sexto aniversário da violenta operação dos militares de Myanmar – na qual violaram mulheres e raparigas rohingya, incendiaram aldeias e mataram milhares de pessoas – a Amnistia Internacional recorda que a empresa Meta (que detém o Instagram, Facebook e WhatsApp) deve indemnizar imediatamente o povo rohingya. Os algoritmos do Facebook e a incessante procura de lucro por parte da Meta contribuíram para a limpeza étnica desta minoria perseguida.
2. Uganda
A Amnistia Internacional apela ao Gabinete do Diretor do Ministério Público ugandês para que retire as acusações de "homossexualidade agravada" contra um homem de 20 anos, recordando que incriminar uma pessoa de um crime passível de pena de morte apenas pela sua orientação sexual é uma violação flagrante do direito internacional. A organização insta o país a revogar a Lei Anti-Homossexualidade e a garantir a responsabilização pelas violações contra a comunidade LGBTI+.
3. Venezuela
Um novo relatório da Amnistia Internacional alerta para a persistência da política de repressão implementada pelo governo de Nicolás Maduro, apresentando os casos de nove pessoas detidas arbitrariamente no âmbito desta política. Entre as vítimas estão professores, sindicalistas e defensores dos direitos humanos, sendo que várias organizações da sociedade civil venezuelana estimam que cerca de 300 pessoas estejam atualmente detidas por motivos políticos.
4. China
O passado dia 31 de agosto marcou um ano desde o lançamento da avaliação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos sobre a situação em Xinjiang, onde os abusos de direitos humanos do governo chinês contra os uigures – como a tortura e prisão em campos de internamento - podem constituir crimes contra a humanidade. Apesar das conclusões, continuam a faltar medidas que tragam justiça, verdade e reparação às vítimas por parte da comunidade internacional.
5. Kosovo
Nos últimos anos, o número significativo de feminicídios no Kosovo tem motivado manifestações generalizadas. No entanto, os sobreviventes de violência doméstica - na sua maioria mulheres e raparigas - continuam a enfrentar barreiras no acesso à proteção, apoio e justiça. As autoridades do país devem tomar novas medidas para combater a violência doméstica e assegurar que os direitos dos sobreviventes são protegidos e as suas preocupações prioritárias abordadas.