Domingos Chambel suspendeu certificação da Nersant por razões economicistas
O ex-presidente da direcção da Associação Empresarial da Região de Santarém entendeu que a certificação da entidade não era uma questão prioritária e para cortar custos acabou com o processo que tinha vários anos. Com isso, Domingos Chambel tirou validade ao manual de procedimentos e organização da Nersant.
A direcção de Domingos Chambel na Associação Empresarial da Região de Santarém – Nersant, considerou que não era necessária nem prioritária a certificação da qualidade da associação, que tinha sido conquistada anos antes como forma de também implementar um rigoroso sistema de organização e funcionamento. O presidente da direcção entre 2020 e 2023 suspendeu o processo porque era um custo para a associação numa altura em que estava a cortar em tudo o que era despesas, numa estratégia que teve episódios contraditórios. Um deles foi o de não passar para o quadro três funcionários que estavam afectos aos projectos financiados, que eram uma fonte de rendimento, para depois ir contratar outros para as mesmas funções.
A suspensão da certificação foi mencionada pelo vogal da direcção na altura, Alexandre Castilho, na sessão de sexta-feira, 6 de Dezembro, do julgamento do caso de António Campos, que se demitiu por justa causa do cargo de presidente da comissão executiva da Nersant, contra a associação. A testemunha salientou que com a suspensão da certificação caiu o manual de funções, um documento que define toda a organização, hierarquias e formas de trabalho e os procedimentos a ter dentro da Nersant.
Alexandre Castilho, testemunha indicada por Chambel, referiu que essa decisão foi tomada porque havia um custo com o acompanhamento da certificação. A testemunha disse que havia problemas de tesouraria. Outro vogal, Jorge Pisca, a testemunhar também por indicação do ex-presidente da direcção, confirmou que a Nersant tinha dinheiro para receber de projectos europeus que tinha elaborado. Outro vogal e actual tesoureiro, José Manuel Balbino, disse que o mandato de 2020 a 2023 foi difícil e que havia uma grande preocupação em reduzir custos, declinando a ideia de que havia desentendimentos entre António Campos e Domingos Chambel.
O julgamento está a chegar ao fim e faltam apenas ouvir duas testemunhas. Uma é Luís Ferreira, que tinha ido substituir António Campos até a direcção decidir acabar com a comissão executiva, da qual faziam parte mais dois elementos, Pedro Félix e Luís Roque. A outra testemunha, também indicada por Domingos Chambel, é Joaquim José Garrido, da gráfica que passou a imprimir, por decisão da direcção, as revistas da Nersant que em termos de conteúdos eram coordenadas por António Campos.