Machetes | 31-01-2025 21:00

Carro cai ao rio Sorraia mas condutor escapa ileso

Os bombeiros tiveram de resgatar o condutor de um automóvel que caiu ao Sorraia, na freguesia do Couço, numa noite de temporal. Automobilista arriscou usar a travessia provisória criada ao lado da encerrada Ponte da Escusa, que se encontrava submersa, e acabou por ir parar ao rio.

Um homem de 54 anos foi resgatado na madrugada de 22 de Janeiro, do rio Sorraia, na freguesia do Couço, concelho de Coruche, depois de o automóvel que conduzia ter caído à água devido à submersão da travessia provisória que serve de alternativa à encerrada ponte da Escusa. O resgate foi realizado por mergulhadores, que retiraram o condutor ileso da viatura parcialmente submersa.
De acordo com o comandante dos Bombeiros Municipais de Coruche, Nuno Coroado, o automobilista ligou para os bombeiros a pedir auxílio e esteve em contacto com as autoridades desde o primeiro momento. O alerta para o incidente foi dado pela 1h30 quando o condutor regressava a casa após o trabalho e as operações prolongaram-se durante três horas.
“Tivemos a meteorologia a nosso favor, porque, desde o momento em que o indivíduo ficou na água até concretizarmos o resgate, o rio baixou cerca de 50 centímetros”, explicou o comandante, sublinhando que o comportamento do caudal do Sorraia foi influenciado pela pluviosidade intensa registada entre as 23h30 e a meia-noite. O homem, que saiu pelo próprio pé do veículo com a ajuda dos bombeiros, estava molhado, mas não necessitou de assistência hospitalar, tendo sido transportado a casa pela GNR.

Travessia provisória só quando o rio permite
O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira (PS), explica que a passagem provisória foi instalada pela autarquia e pela Associação de Regantes, garantindo a ligação entre as duas margens enquanto se desenvolve o projecto para uma nova ponte no local. A passagem alternativa foi criada com o compromisso de manter a ligação, sempre que as condições o permitam. Segundo a mesma fonte, a travessia estava devidamente sinalizada e, do outro lado da margem, encontrava-se uma viatura a fazer sinais de luzes para evitar que o condutor avançasse. “Ainda assim, o senhor resolveu arriscar e tentou passar”, pormenorizou.
De acordo com o autarca, o condutor terá saído do trabalho por volta da meia-noite e optou por utilizar aquela passagem. A autarquia assegura que a reposição da passagem provisória será feita assim que o nível das águas do rio Sorraia o permita. “Entretanto, há uma estrada alternativa em terra batida, que faz a ligação entre a Escusa e o Couço, e que faz ligação por Santa Justa. Nenhuma povoação fica isolada”, garante o presidente.
Relativamente à ponte da Escusa, encerrada ao trânsito, Francisco Oliveira lembrou que existe um compromisso do Governo para financiar a construção de uma nova ponte. “Vamos voltar a reunir-nos assim que o município conclua o projecto de execução”, concluiu.

Nova ponte é uma luta com vários anos
A presidente da Junta de Freguesia do Couço, Ortelinda Graça, critica a demora na construção de uma nova ponte para substituir a ponte da Escusa. A edil diz que a travessia, feita de terra batida e equipada com manilhas, funciona durante o Verão, mas torna-se impraticável no Inverno. “É uma luta com vários anos e são as populações que sofrem. Quem vive na Escusa e precisa de vir ao Couço para trabalhar, ir à farmácia, ao centro de saúde ou ao comércio tem agora de fazer um desvio de mais 12 quilómetros, passando por Santa Justa. Para quem se desloca do Couço para a Lamarosa, Erra, Santarém, Almeirim ou Alpiarça, o desvio é ainda maior, obrigando a passar por Coruche”, vinca a autarca.
Ortelinda Graça lamenta a demora na concretização do projecto para uma nova ponte. São três as entidades que deveriam assumir a responsabilidade: o Governo, a câmara municipal e a Associação de Regantes. “Sabemos que o Governo está disponível para financiar a obra, mas os processos entre projectos e autorizações são muito morosos, e quem sofre com isso são as populações”, garante.
A autarca criticou também a falta de sinalização na travessia antes da sua submersão. “Passei pela passagem provisória nessa tarde, e não havia qualquer sinalética ou aviso sobre a subida das águas ou proibição de trânsito. Não sei se, entretanto, alertaram os condutores, porém, como presidente da junta, também não recebi qualquer informação”, apontou.

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