Machetes | 05-12-2025 18:00

Câmara de Coruche estranha divulgação prévia da operação da PJ e insiste na transparência

Câmara de Coruche estranha divulgação prévia da operação da PJ e insiste na transparência
Nuno Azevedo - foto DR

Município de Coruche reagiu com surpresa ao saber que acção da Polícia Judiciária era conhecida publicamente antes da chegada dos inspectores. Executivo garante cooperação total e sublinha que nada tem a esconder.

A Câmara de Coruche colocou o foco na “estranheza” causada pela divulgação pública da operação da Polícia Judiciária (PJ) em instalações municipais antes da chegada dos inspectores, assegurando que continuará a agir “com total transparência”, apesar do impacto institucional do episódio.
O executivo confirma que a PJ realizou diligências durante a manhã de 27 de Novembro, das quais resultou a recolha de documentação para análise, mas faz questão de sublinhar que a informação sobre a presença da PJ “circulava publicamente antes mesmo de os inspectores chegarem aos Paços do Concelho”. Sem apontar responsabilidades, o município refere tratar-se de uma situação que “naturalmente causa estranheza”, mas que não altera a postura da autarquia. “O nosso compromisso é cooperar, esclarecer e permitir que a investigação decorra com serenidade e normalidade institucional”, salientou fonte da autarquia, que reafirma a prioridade dada ao rigor na gestão pública.
Além dos Paços do Concelho, as buscas estenderam-se a outros espaços onde se encontram alguns serviços que foram deslocalizados devido às obras de requalificação do edifício sede do município. Segundo apurámos, os inspectores centraram atenções em documentação relacionada com a aplicação de fundos europeus, contratação de serviços e obras públicas.
Em declarações a O MIRANTE, o presidente da câmara, Nuno José Azevedo, disse que o município foi “surpreendido” com a presença da PJ, mas que rapidamente activou os procedimentos internos para garantir colaboração plena. “Pedi aos serviços para colaborarem com tudo o que for solicitado. Não há nada da nossa parte que não se possa mostrar”, afirmou.
O movimento independente Volta Coruche manifestou “espanto” com as diligências da PJ e pediu esclarecimentos sobre os contratos e obras que estão a ser investigados, nomeadamente se envolvem fundos comunitários. “Há alguma admiração, algum espanto por esta acção. Gostávamos de saber quais são os contratos, quais são as obras, se envolvem ou não financiamentos comunitários”, afirmou à Lusa o vereador Dionísio Mendes, líder do movimento, sublinhando que essa informação “não ficou expressa no comunicado da Câmara”.
O autarca, que já foi presidente do município, considerou que agora é preciso “aguardar que as averiguações sejam levadas a cabo e que se saiba exactamente tudo”, lembrando que “situações destas acontecem” e que “há outras câmaras onde isso também sucede”.
Recorde-se que Nuno Azevedo foi eleito nas autárquicas de Outubro, sucedendo a Francisco Oliveira. O Partido Socialista obteve 32% dos votos e três mandatos, número idêntico ao do movimento independente Volta Coruche, liderado por Dionísio Mendes, antigo presidente da câmara eleito anteriormente pelo PS.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias