Casa em Vale de Santarém sofreu derrocada e aguarda soluções há dois anos
Um morador do Vale de Santarém queixa-se de que a falta de drenagem no parque de estacionamento do bar La Siesta, situado junto à sua casa, tem causado inundações recorrentes na sua propriedade e contribuiu para a derrocada parcial do anexo da sua habitação. Câmara de Santarém adianta que o assunto está a ser acompanhado e já fez nova vistoria ao local.
André Heitor, 49 anos, denuncia há mais de dois anos um problema de inundações recorrentes e danos estruturais na sua habitação, situada no Largo Aurélio Faria, nº 4, no Vale de Santarém. O caso envolve o parque de estacionamento do bar La Siesta, na Rua do Pombal, que, segundo o proprietário da casa, funciona como uma “piscina sem escoamento”, levando a que águas pluviais e de limpeza transbordem directamente para o quintal e anexo da casa, onde também vive a sua mãe.
Em declarações a O MIRANTE, o habitante afirma que a situação agravou-se em Setembro de 2023, quando a acumulação de água no parque do bar provocou a derrocada parcial de uma parede do anexo da sua habitação, onde o morador mantinha a sua oficina de artigos de couro. Desde então, André Heitor afirma que a sua família vive “com medo de novas inundações e de novos desmoronamentos”, apontando um buraco de cerca de três metros que ficou aberto entre o parque e o seu terreno e que, na prática, passou a funcionar como ponto de escoamento do estabelecimento.
André Heitor recorda que, no dia da derrocada, a água entrou subitamente pela oficina e a parede cedeu quando tentava remover a água com uma vassoura. “Ia ficando entalado. O sofá que estava encostado à parede é que evitou que tudo caísse de vez”, contou, acrescentando que a situação se repetiu várias vezes em dias de chuva. Afirma também que, mesmo que quisesse reconstruir o anexo, “não adiantaria, porque voltaria a acontecer enquanto o parque do bar não tiver drenagem”.
O morador diz que tem contactado a Câmara de Santarém, a Protecção Civil e a junta de freguesia desde 2023, apresentando queixas formais e pedidos de intervenção urgente. Garante que houve visitas ao local há dois anos, incluindo por bombeiros e pela Protecção Civil, mas que “nada foi resolvido” e que nunca recebeu relatórios das vistorias anteriores. Alega igualmente falta de esclarecimentos sobre a legalidade da construção do parque de estacionamento, descrito por si como estando abaixo do nível da estrada e sem qualquer sistema de drenagem.
Contactada pelo nosso jornal, a Câmara de Santarém, através da vereadora do Urbanismo, Teresa Ferreira, confirma que tem conhecimento da situação e afirma que está a acompanhar o caso. A autarca refere que foi realizada uma nova vistoria técnica ao local a 26 de Novembro, para avaliar as causas dos danos e verificar as condições do parque de estacionamento, “nomeadamente no que respeita à drenagem de águas pluviais e ao cumprimento das normas urbanísticas aplicáveis”. A câmara garante ainda “total disponibilidade para colaborar com todas as entidades envolvidas e actuar no âmbito das suas competências”.
André Heitor confirma que foi feita uma recente vistoria conjunta ao anexo e ao parque do bar, estando agora a aguardar que, desta vez, seja emitido um relatório e tomada uma decisão. O estabelecimento La Siesta foi igualmente contactado por O MIRANTE para prestar esclarecimentos sobre a drenagem e os danos relatados, mas até ao fecho desta edição não respondeu.


