Machetes | 05-12-2025 10:00

Proliferação de ninhos de vespa asiática em Santarém cria dificuldades na resposta

Proliferação de ninhos de vespa asiática em Santarém cria dificuldades na resposta
Um ninho de vespa asiática na Ponte do Celeiro, que aguarda eliminação desde meados de Outubro - foto DR

Só este ano foram registados mais de trezentos ninhos de vespa asiática no concelho de Santarém. Um enxame de casos que está a expor dificuldades na capacidade de resposta célere. Município contratou uma empresa especializada para o efeito, mas mesmo assim ficaram muitos casos por resolver. Enquanto não entra em vigor novo contrato, os Bombeiros Sapadores dizem que vão fazendo o que podem.

A proliferação de ninhos de vespa asiática no concelho de Santarém está a causar demora na resposta a todas as solicitações com vista à sua eliminação, como é o caso de uma situação na Ponte do Celeiro, na freguesia de Almoster, reportada por um morador aos Bombeiros Sapadores de Santarém em meados de Outubro e que continua sem ser resolvida.
“Existe um ninho de vespa asiática bem visível numa árvore na Quinta da Ponte do Celeiro, situada na Rua da Escola. O primeiro contacto para os bombeiros municipais de Santarém foi a 18/10/2025. No último contacto com o gabinete responsável pelos ninhos de vespa asiática, foi-nos dito que a distribuição desses ninhos está a cargo duma empresa privada. Temos de esperar, porque estão à nossa frente 15 pedidos”, relatou a O MIRANTE o cidadão Artur Afoito.
Este ano já foram comunicados 319 casos e a Câmara de Santarém decidiu mesmo contratar uma empresa externa para dar resposta à situação, intervenção que não foi suficiente para resolver todos os casos, dada a sua proliferação. Daí vir a ser firmado novo contrato com a empresa privada, diz a O MIRANTE o vereador da Protecção Civil, Emanuel Campos. Até lá, a tarefa está a cargo dos Bombeiros Sapadores de Santarém, tutelados pelo município, que vão respondendo à medida das suas possibilidades, dado que os recursos humanos são limitados.
O comandante dos Bombeiros Sapadores de Santarém, Carlos Grazina, refere que 2025 foi um “ano anómalo” quanto à proliferação de ninhos, o que poderá ser explicado pelo facto de ter sido um ano quente, propício à reprodução da espécie. Reconhece que não têm conseguido dar resposta a tantas solicitações, concedendo prioridade a casos próximos de habitações ou de equipamentos públicos, como escolas. Acrescenta que com o Outono é normal que sejam denunciados mais casos, com ninhos a ficarem expostos devido à queda da folhagem das árvores ou, por exemplo, durante a apanha da azeitona. São situações que causam alarmismo e incómodo entre a população, reconhece Carlos Grazina, garantindo que os bombeiros tentam fazer o máximo possível mas não conseguem chegar a todo o lado.
Carlos Grazina explica que os bombeiros sapadores têm formação e equipamento adequado para actuar neste tipo de ocorrências. A eliminação das vespas faz-se através da aplicação no ninho de um biocida - substância química utilizada para combater pragas ou organismos indesejáveis – fornecido por empresa devidamente certificada.

Voluntários resolveram caso no centro da cidade

Em Setembro de 2024, O MIRANTE relatou o caso de um ninho de vespa asiática removido por operacionais dos Bombeiros Voluntários de Santarém, numa moradia na zona do Choupal, após solicitação de um morador, que havia anteriormente alertado os Bombeiros Sapadores de Santarém para a situação. Conforme noticiámos, os Sapadores de Santarém receberam na manhã de sábado, 14 de Setembro de 2024, um pedido de ajuda para retirarem um ninho de vespa asiática numa moradia na Avenida 25 de Abril. O morador da vivenda, um reformado com 80 anos e as fragilidades inerentes à idade, pediu ajuda aos vizinhos e estava assustado desde que deu pela existência do ninho de vespas.
A resposta do corpo de bombeiros municipal foi a de que não podiam dar resposta ao fim-de-semana mas que na segunda-feira de manhã retomariam o contacto e fariam o seu trabalho. Como não houve resposta na data combinada, os moradores contactaram os Bombeiros Voluntários de Santarém que ainda nessa segunda-feira, cerca das dez da noite, conseguiram remover o ninho. Quatro bombeiros sem qualquer aparato, embora reconhecessem alguma falta de formação nesse tipo de intervenção, fizeram aquilo que era preciso, que foi acabar com um perigo público no centro da cidade, e deram uma noite mais descansada a um morador que estava assustado desde que descobriu “o fenómeno” na sua varanda.

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