João Moura perde pelouros no grupo parlamentar mas não quer dar parte de fraco
O deputado do PSD eleito por Santarém e presidente da Assembleia Municipal de Ourém, João Moura, perdeu os dois pelouros que tinha na bancada parlamentar do partido, mas tenta passar a imagem que ficou com responsabilidades reforçadas quando não foi comunicado que lhe iam atribuir outras funções. Pela lógica, até deveria receber mais funções com a saída dos dois vice-presidentes do grupo que estavam acima dele.
O deputado do PSD e presidente da distrital de Santarém perdeu os dois pelouros que tinha enquanto vice-presidente da bancada parlamentar, o da gestão administrativa e financeira e o dos recursos humanos. A decisão foi tomada pelo presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, com o conhecimento do presidente do partido, Luís Montenegro.
João Moura foi questionado duas vezes por O MIRANTE sobre a perda das funções na bancada na Assembleia da República, mas o deputado nunca respondeu e preferiu mandar mensagens aos seus amigos a dizer que a informação era deturpada. Mas o nosso jornal apurou que o deputado de Ourém e presidente da assembleia municipal do mesmo concelho pediu para ser ele a informar os colegas para que não parecesse que tinha sido uma perda do seu lado.
O deputado na mensagem que enviou dando conta que depois da suspensão do mandato do primeiro vice-presidente, que iria assumir “reforçadas responsabilidades” na bancada parlamentar, sem dizer quais são essas responsabilidades. Na missiva não comunicou que lhe tivesse sido atribuída qualquer função específica e apenas disse que cessava as suas “funções específicas” das áreas financeira e dos recursos humanos.
Passado pouco tempo os deputados social-democratas receberam uma comunicação em nome do presidente a informar, de forma concisa e directa, que os pelouros que estavam atribuídos a João Moura seriam assumidos pela vice-presidente do grupo parlamentar, deputada Clara Marques Alves. Alegadamente o presidente do grupo parlamentar não gostou da comunicação feita por João Moura, que causava alguma confusão e insinuava um reforço de importância no grupo do PSD, e por isso em conjugação com o presidente do partido foi feita a comunicação oficial aos funcionários e colaboradores, menos de uma hora depois de Moura ter enviado a mensagem.
João Moura, segundo alguns elementos do PSD, para não dar parte de fraco insinua que é o líder parlamentar substituto porque os dois vice-presidentes acima dele saíram quando tal não acontece, segundo dizem vários elementos do partido.
A decisão foi tomada com o conhecimento e de acordo com o presidente do partido, Luís Montenegro. Para o lugar foi indigitada Clara Marques Mendes.
Razões de transparência e perda de confiança estarão na origem da retirada dos pelouros a João Moura. Segundo O MIRANTE apurou, a situação de perda de confiança não é de agora, mas descambou depois da realização das Jornadas Parlamentares do PSD na Madeira, que se realizaram no final de Maio.
Recorde-se que João Moura é um dos vice presidentes do grupo parlamentar, juntamente com Clara Marques Mendes, que agora substituiu Moura nos pelouros já referidos.
O MIRANTE escreveu ao deputado João Moura para saber mais pormenores sobre a sua situação como deputado, e o que resulta para ele e para o seu trabalho, esta perda de confiança do presidente do grupo parlamentar mas não obteve resposta.