Vila Franca de Xira quer Linha do Norte a funcionar com horários de metropolitano
Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira defende que projecto de duplicação da Linha do Norte no concelho tem de beneficiar directamente a comunidade por causa dos impactos que irá causar no território. E, entre eles, tem de constar a oferta de mais comboios a cada hora com destino a Lisboa e Azambuja.
Ter no concelho de Vila Franca de Xira pelo menos um comboio a passar de oito em oito minutos, rumo a Lisboa e Azambuja, comportando-se quase como um metropolitano de superfície nos comboios urbanos, deve ser a prioridade após a duplicação da Linha do Norte que a Infraestruturas de Portugal (IP) se prepara para fazer no concelho. A solução foi defendida na última semana pelo presidente do município, Fernando Paulo Ferreira (PS), que lembrou a posição estratégica do concelho para as servidões nacionais - água, gás, rodovia e ferrovia - e, por essa via, merece uma atenção especial da tutela nas compensações a dar ao concelho na hora de duplicar a Linha do Norte.
“Defendemos que a duplicação da linha deveria ser feita em túnel, mas já este governo decidiu que a construção vai acontecer à superfície, o que trará certamente constrangimentos vários, sendo que o Governo terá de assegurar soluções mitigadoras e de compensação para as populações afectadas”, defende o autarca. “Queremos que tenha uma circulação de comboios ao nível ou semelhante à do metropolitano, isto é, em cada oito minutos os cidadãos possam dispor de um comboio. Temos conversado sobre essa ideia com a Infraestruturas de Portugal e estamos convencidos que esse objectivo será concretizado”, acrescentou Fernando Paulo Ferreira.
Recorde-se que até ao final do ano a câmara quer realizar uma reunião extraordinária apenas para recolha formal de contributos das diversas forças políticas para as exigências a apresentar à IP e ao governo no âmbito das compensações pelos impactos que vão ser causados no território pelo projecto de alargamento da Linha do Norte.
A IP, recorde-se, tem defendido que a construção de um túnel com tamanha extensão custaria no mínimo 500 milhões de euros e obrigaria a bombagens de água permanentes. “Pedi audiência ao ministro das Infraestruturas e perguntei se a posição do governo é coincidente com esta da IP e foi afiançado que sim, que subscrevem a posição da IP. Face a esta realidade, temos de acautelar ao máximo os impactos que isto venha a ter sobre VFX e Alhandra e conseguir que as opções tomadas sejam as melhores possível”, lamentou há meses Fernando Paulo Ferreira, notando que agora a hora é de exigir compensações.
Recorde-se que o projecto de alargamento vai contemplar, entre outras consequências, a destruição de dezenas de árvores da Avenida Afonso de Albuquerque em Alhandra e a demolição da estação existente na vila ribeirinha, bem como a desactivação da estação actualmente existente em Vila Franca de Xira e a construção de uma nova, significando também um corte substancial na dimensão do jardim municipal Constantino Palha.