Machetes | 15-03-2025 12:00

Kempo da Casa do Benfica da Golegã preocupa-se com o bem-estar físico e emocional dos atletas

Kempo da Casa do Benfica da Golegã preocupa-se com o bem-estar físico e emocional dos atletas
Formar bons seres humanos é um dos objectivos da secção de Kempo da Casa do Benfica da Golegã

Na Casa do Benfica da Golegã existe desde 2021 uma equipa de Kempo formada por Mário Alves, que continua a crescer a olhos vistos. Conta com cerca de meia centena de elementos e tem atletas a competir por todo o país.

A Golegã tem desde 2021 uma equipa de Kempo que tem dado que falar na região ribatejana. O projecto, actualmente desenvolvido pela Casa do Benfica da Golegã, começou em Vila Nova da Barquinha, mas a pandemia obrigou o grupo a mudar-se. “A parceria com a Casa do Benfica foi essencial. Se não tivesse acontecido provavelmente já não existiria esta secção. Temos tido apoios da Câmara da Golegã que são fundamentais”, revela a O MIRANTE Mário Alves, fundador e responsável pela secção. Para além de muitas medalhas individuais, em 2024 a equipa de Kempo da Casa do Benfica conseguiu alcançar o quinto lugar na classificação por equipas na Taça de Iniciação. E prometem não ficar por aqui, frisa Mário Alves.
A modalidade desenvolve várias competências importantes nos atletas como a concentração, coordenação motora, equilíbrio, controlo emocional e controlo físico. Para além de formar bons atletas, o Kempo na Casa do Benfica da Golegã tem como objectivo formar bons seres humanos. “Mais do que tudo, trabalhamos o bem-estar físico e emocional e o respeito mútuo. Queremos formar melhores pessoas, melhores alunos, melhores profissionais”, vinca Mário Alves, acrescentando que a secção tem crescido gradualmente, contando actualmente com cerca de meia centena de atletas de várias idades.
A equipa de Kempo kids foi formada há dois anos dada a afluência de crianças. O impacto que o desporto tem nas crianças é evidenciado por Vera Oliveira e Alexandre Jorge, os treinadores dos mais pequenos. Segundo explicam, têm relatos de pais que partilham as melhorias no comportamento dos filhos, tanto em casa como na escola, salientando o aumento dos níveis de atenção e de interacção com os outros. Há algumas cautelas a ter, reforçam, nomeadamente na forma como se ensina a arte marcial aos mais novos. “É importante explicar que o que aprendem nos treinos não é para aplicar na escola. As técnicas são para utilizar num ambiente seguro”, explicam.

Muito mais que um desporto
Praticar uma arte marcial dá-nos poder de encaixe e ensina-nos que, se cairmos, vamos conseguir sempre arranjar forças para nos levantarmos. Quem o diz é Fernando Oliveira, que com 55 anos é o atleta mais velho da equipa. Carmo Triães, de 15 anos, pratica artes marciais desde pequena e adora competir. Em 2024 foi Campeã Regional de Full Kempo, Light Kempo, Submission Kempo e vice-campeã em Semi Kempo no seu escalão e a nível nacional foi vice-campeã nas mesmas vertentes e conseguiu um quarto lugar em Light Kempo. “Sempre fui muito competitiva, mas desde que comecei a praticar Kempo dou mais importância ao treino e ao trabalho de equipa. Ganhar competições é importante, mas aprender a ser humilde ainda é mais”, assume, com orgulho.
Durante todo o ano são várias as competições em que os atletas da equipa de Kempo da Casa do Benfica participam e todas as deslocações têm custos inerentes. A Câmara Municipal da Golegã vai apoiando na medida do possível e outras vezes os custos são suportados pelos pais e pelos treinadores. O espaço onde treinam, uma sala multiusos no Pavilhão Municipal da Golegã, é frio no Inverno e quente no Verão, o que prejudica a prática da modalidade. Mário Alves reconhece que a cedência do espaço é uma grande ajuda, mas diz que não vai desistir de encontrar melhores condições para os atletas. O mesmo se aplica ao material que utilizam, que precisa de ser substituído, refere o responsável.

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