Kempo da Casa do Benfica da Golegã preocupa-se com o bem-estar físico e emocional dos atletas

Na Casa do Benfica da Golegã existe desde 2021 uma equipa de Kempo formada por Mário Alves, que continua a crescer a olhos vistos. Conta com cerca de meia centena de elementos e tem atletas a competir por todo o país.
A Golegã tem desde 2021 uma equipa de Kempo que tem dado que falar na região ribatejana. O projecto, actualmente desenvolvido pela Casa do Benfica da Golegã, começou em Vila Nova da Barquinha, mas a pandemia obrigou o grupo a mudar-se. “A parceria com a Casa do Benfica foi essencial. Se não tivesse acontecido provavelmente já não existiria esta secção. Temos tido apoios da Câmara da Golegã que são fundamentais”, revela a O MIRANTE Mário Alves, fundador e responsável pela secção. Para além de muitas medalhas individuais, em 2024 a equipa de Kempo da Casa do Benfica conseguiu alcançar o quinto lugar na classificação por equipas na Taça de Iniciação. E prometem não ficar por aqui, frisa Mário Alves.
A modalidade desenvolve várias competências importantes nos atletas como a concentração, coordenação motora, equilíbrio, controlo emocional e controlo físico. Para além de formar bons atletas, o Kempo na Casa do Benfica da Golegã tem como objectivo formar bons seres humanos. “Mais do que tudo, trabalhamos o bem-estar físico e emocional e o respeito mútuo. Queremos formar melhores pessoas, melhores alunos, melhores profissionais”, vinca Mário Alves, acrescentando que a secção tem crescido gradualmente, contando actualmente com cerca de meia centena de atletas de várias idades.
A equipa de Kempo kids foi formada há dois anos dada a afluência de crianças. O impacto que o desporto tem nas crianças é evidenciado por Vera Oliveira e Alexandre Jorge, os treinadores dos mais pequenos. Segundo explicam, têm relatos de pais que partilham as melhorias no comportamento dos filhos, tanto em casa como na escola, salientando o aumento dos níveis de atenção e de interacção com os outros. Há algumas cautelas a ter, reforçam, nomeadamente na forma como se ensina a arte marcial aos mais novos. “É importante explicar que o que aprendem nos treinos não é para aplicar na escola. As técnicas são para utilizar num ambiente seguro”, explicam.
Muito mais que um desporto
Praticar uma arte marcial dá-nos poder de encaixe e ensina-nos que, se cairmos, vamos conseguir sempre arranjar forças para nos levantarmos. Quem o diz é Fernando Oliveira, que com 55 anos é o atleta mais velho da equipa. Carmo Triães, de 15 anos, pratica artes marciais desde pequena e adora competir. Em 2024 foi Campeã Regional de Full Kempo, Light Kempo, Submission Kempo e vice-campeã em Semi Kempo no seu escalão e a nível nacional foi vice-campeã nas mesmas vertentes e conseguiu um quarto lugar em Light Kempo. “Sempre fui muito competitiva, mas desde que comecei a praticar Kempo dou mais importância ao treino e ao trabalho de equipa. Ganhar competições é importante, mas aprender a ser humilde ainda é mais”, assume, com orgulho.
Durante todo o ano são várias as competições em que os atletas da equipa de Kempo da Casa do Benfica participam e todas as deslocações têm custos inerentes. A Câmara Municipal da Golegã vai apoiando na medida do possível e outras vezes os custos são suportados pelos pais e pelos treinadores. O espaço onde treinam, uma sala multiusos no Pavilhão Municipal da Golegã, é frio no Inverno e quente no Verão, o que prejudica a prática da modalidade. Mário Alves reconhece que a cedência do espaço é uma grande ajuda, mas diz que não vai desistir de encontrar melhores condições para os atletas. O mesmo se aplica ao material que utilizam, que precisa de ser substituído, refere o responsável.
