Biblioteca escolar em Tomar é espaço dinâmico que não vive só dos livros
As bibliotecas escolares são hoje espaços vivos, onde se trabalham diversas literacias, da informação ao digital. Por ocasião do Dia Internacional da Biblioteca Escolar, O MIRANTE esteve na Escola Secundária Santa Maria do Olival, em Tomar, e conversou com a professora bibliotecária Maria Luísa Nunes.
A biblioteca escolar é hoje um espaço vivo e dinâmico, onde se desenvolvem diversas literacias, da informação ao digital. “Antigamente eram espaços de leitura individual, de silêncio, toda a gente se lembra de entrar numa biblioteca e aquilo era quase religioso, quase não se podia abrir a boca, hoje já não é assim, é um espaço muito mais vivo”, sublinha Maria Luísa Nunes, 64 anos, professora bibliotecária há três anos no Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, em Tomar. O MIRANTE visitou o estabelecimento de ensino a propósito do Dia Internacional da Biblioteca Escolar, que se assinala a 27 de Outubro.
A docente afirma que os alunos utilizam mais a biblioteca para pesquisar em computadores ou para fazerem trabalhos de grupo, considerando que o hábito de leitura e de requisitar livros se tem vindo a perder. “Levar os livros para casa parece que já não é muito atractivo. Os alunos, hoje, estão habituados às redes sociais, aos telemóveis, a tudo o que é um consumismo fácil e imediato. Os livros não os cativam, são actividades que requerem mais atenção e reflexão”, defende Maria Luísa Nunes. Na biblioteca da Escola Secundária Santa Maria do Olival há espaços consoante os usos, como o espaço multimédia onde os alunos podem ver filmes, o espaço dos livros onde podem ler, o espaço de estudo individual e o espaço de trabalhos de grupo.
O MIRANTE conversou ainda com duas alunas, ambas com 17 anos, que se encontravam na biblioteca na altura da nossa reportagem. Raquel Pereira está no último ano do curso profissional Técnico de Turismo. Estava na biblioteca com colegas durante uma aula de Matemática, porque a professora estava numa reunião. A estudante diz que costuma ir à biblioteca, algumas vezes para ler, tendo mesmo o hábito de requisitar livros. No futuro quer ir estudar para o Instituto Politécnico de Tomar e ser hospedeira de bordo. Inês Conde, que está no 12º ano de Ciências e Tecnologias, estava na biblioteca a fazer trabalhos de casa. Diz que não gosta muito de ler, mas vai à biblioteca com regularidade para estudar ou fazer trabalhos de grupo. Gostava de ir estudar para Coimbra e tirar um curso de Engenharia Aeroespacial ou Biomédica.
Professora há mais de trinta anos
Maria Luísa Nunes é professora há mais de trinta anos. Já deu aulas em várias localidades, como Golegã, Vila Nova da Barquinha, entre outras, estando actualmente efectiva em Tomar. Divorciada e mãe de dois filhos, conta que tornar-se professora bibliotecária aconteceu por acaso. “A professora bibliotecária que estava aqui decidiu aceitar outro projecto fora da escola e quando saiu já tinha passado o prazo do concurso para professor bibliotecário. Quando é assim, a lei diz que têm que encontrar alguém com perfil dentro do agrupamento e então lançaram-me o desafio. Fiquei um bocadinho assustada, andei uns dias a pensar e decidi aceitar”, conta.
A professora afirma que ao fim de um mês já estava apaixonada pela função e até pensou em como é que não tinha querido ser professora bibliotecária mais cedo. Trabalha nas várias bibliotecas do agrupamento escolar e ainda dá aulas a uma turma.


