Reabilitação dos paços do concelho de Coruche quase um milhão de euros mais cara
Câmara de Coruche vai ter que recorrer a empréstimo bancário ou encontrar fundos comunitários para avançar com a reabilitação do edifício dos paços do concelho.
Com as alterações ao projecto e o passar do tempo a empreitada, que tinha um investimento inicial previsto de 2,7 milhões de euros, está agora estimada em mais de 3,5 milhões de euros.
A Câmara de Coruche fez alterações ao projecto de reabilitação do edifício dos paços do concelho e incluiu algumas melhorias como a eficiência energética, electricidade e correcção de uma saída de emergência, por exemplo. A informação foi dada pelo presidente do município, o socialista Francisco Oliveira. Com as alterações ao projecto e o passar do tempo a obra, que tinha um investimento inicial de 2,7 milhões de euros, está agora estimada em mais de 3,5 milhões de euros.
Francisco Oliveira explicou que o município vai ter que recorrer a empréstimo bancário ou encontrar fundos comunitários para a obra.”Temos que encontrar financiamento para esta obra porque não temos liquidez suficiente para assumir o custo da obra. Felizmente, a Câmara de Coruche tem uma situação financeira estável que lhe permite uma capacidade de endividamento de sete milhões de euros por ano”, sublinhou o autarca.
O presidente do município mostrou o projecto ao restante executivo municipal em sessão camarária e explicou que só a fachada não vai ser alterada. O interior do edifício vai ser “esventrado” e o pé direito do edifício vai baixar e construírem-se pisos intermédios. O último piso será recuado para não ter impacto na envolvente estética do edifício e vai ser construído um jardim nesse andar. Francisco Oliveira não esconde a preocupação com o actual estado do edifício, que necessita mesmo de uma grande intervenção. A ala oeste do edifício está desocupada devido a infiltrações e ao facto de não reunir condições de utilização.
Primeira adjudicação ficou sem efeito
Em 2019 a Câmara de Coruche rescindiu contrato com a empresa a quem adjudicou a empreitada de remodelação e ampliação do edifício sede do município e abriu novo concurso público. A autarquia não pagou nem recebeu qualquer indemnização da empresa Tecnorém – Engenharia e Construções, S.A., vencedora do primeiro concurso. As obras não chegaram a começar. A empresa alegou não conseguir cumprir o contrato assinado com o município no valor de 2,7 milhões de euros, face ao aumento dos custos com a mão-de-obra e com os materiais.
Já nessa altura Francisco Oliveira, tal como o resto do executivo municipal, defendia a urgência em iniciar as obras pois além dos transtornos já causados com as deslocações dos serviços para outros edifícios na zona histórica de Coruche, o município está a pagar as rendas que têm um custo mensal de cerca de três mil euros.