Sociedade | 21-08-2023 12:30

Associação dos Amigos dos Animais de Coruche pede mais apoio da comunidade

Associação dos Amigos dos Animais de Coruche pede mais apoio da comunidade
Associação dos Amigos dos Animais de Coruche trabalha em parceria com a câmara e GNR para resgatar animais

A Associação dos Amigos dos Animais de Coruche (AAAC) trabalha directamente com o CRO.

Três voluntários assumem as tarefas no espaço aos domingos onde, para além da limpeza, soltam os animais e brincam com eles. Outra parte dos voluntários ajuda na sede da associação, no centro de Coruche ou na recolha de alimentos.
À frente da AAAC desde 2022 está Daniel Aldeano. É o presidente da direcção que muitas das ocasiões vai ao terreno recolher cães e gatos quando solicitado pelo CRO ou pela GNR, entidades que trabalham em parceria. No terreno, o animal é primeiro identificado para verificar a existência do chip. No caso de não ter identificação é contactado o veterinário municipal para saber se o animal dá entrada no CRO. Caso não seja possível tenta-se encontrar alguém que possa ficar temporariamente com o animal e, em último caso, permanece na rua, com alimentação e sob vigilância.
“Existe um aumento no abandono, mas não acredito que seja por questões financeiras. Sempre houve abandonos independentemente do custo de vida. Se a pessoa não tem dinheiro para ração, dá arroz. O chip custa entre 15 a 20 euros numa clínica e durante a campanha de vacinação anti-rábica são 10 euros. Se conseguem pagar dois maços de tabaco também podem pagar o chip. É uma questão de prioridades”, diz Daniel Aldeano.
Na rua os voluntários dão de caras com cães em estado extremo de magreza, quase a morrer na via pública, animais a serem comidos pelos bichos ainda com vida e cães atropelados. Mas a associação não tem recursos financeiros e materiais para salvar todos. Para além da falta de voluntários a AAAC paga anualmente 2.200 euros de renda pela sede, mais água, luz e internet. Só em combustível foram gastos 3.500 euros em 2022.
As despesas são muitas para um orçamento que conta com 3.500 euros da Câmara de Coruche (aumentou em 2023), mais a verba das quotas dos sócios. De 121 associados cerca de 70% têm as quotas em dia. Em 2023 contaram também com o apoio da Junta de Freguesia de Coruche, Fajarda e Erra e pela primeira vez vão apresentar uma candidatura ao programa do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas que comparticipa parte das despesas já efectuadas em consultas veterinárias ou medicamentos. Além disso existe um protocolo com os veterinários do concelho que facilitam consultas e medicação.
Na sede, pouco funcional, fica armazenada a ração e as doações das pessoas. É onde vivem também alguns gatos que depois seguem para adopção. Este ano a associação já fez três campanhas de recolha de bens essenciais e ainda prevê realizar mais uma.
A AAAC está sem carrinha quase há um ano por motivo de avaria. A associação ainda arriscou um crowdfunding junto da população para solicitar apoio para a compra de outra viatura em segunda mão. Do orçamento de cerca de 16 mil euros metade da verba era assegurada pela câmara e oito mil euros através das doações. “Conseguimos 540 euros na campanha. A ajuda da população não existe porque acham que o município tem obrigação de ajudar”, diz Daniel Aldeano.
A associação, com 21 anos de actividade, actua sem passar por cima da GNR ou da câmara e não se revê na actuação do IRA - Intervenção e Resgate Animal. “A lei está cima de tudo e é para se cumprir mesmo que não concordemos. Não concordamos entrar em propriedades privadas sem autorização nem que resgatem animais para depois os ir colocar noutras entidades. O IRA é que fica reconhecido e as outras entidades é que ficam com o prejuízo. Trata-se de uma força paramilitar com outro intuito e não estou confortável para trabalhar com eles”, afirma a O MIRANTE.

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