Sociedade | 23-05-2023 15:00

Autarcas de Santarém descontentes com prejuízo da RSTJ

Autarcas de Santarém descontentes com prejuízo da RSTJ
Ricardo Gonçalves não compreende os resultados negativos da RSTJ

Empresa intermunicipal de gestão e tratamento de resíduos teve um resultado negativo de 400 mil euros em 2022, que vai ter de ser coberto pelos 10 municípios associados. Gestão da RSTJ foi alvo de críticas em Santarém.

A empresa intermunicipal RSTJ - Gestão e Tratamento de Resíduos teve um resultado líquido negativo de 400 mil euros em 2022, o que obriga os dez municípios associados a injectarem 40 mil euros cada um para garantirem a cobertura do prejuízo. Essa realidade motivou críticas à gestão da empresa durante a última reunião do executivo da Câmara de Santarém, com o presidente do município a dar o mote. Ricardo Gonçalves (PSD) disse que as contas negativas da empresa vão obrigar a aumentar o tarifário praticado e a onerar os munícipes e referiu que esperava melhores resultados de uma empresa que tem um director-geral que aufere um salário de 6 mil euros mensais, mais do que ganha qualquer autarca da região.
Ricardo Gonçalves afirmou que só no final do ano passado é que os municípios tiveram conhecimento do vencimento do director-geral da RSTJ, Joel Marques, ex-presidente da Junta de Freguesia da Carregueira eleito pelo PS, que foi nomeado pelo conselho de administração da RSTJ, liderado pelo presidente da Câmara da Chamusca Paulo Queimado (PS). O autarca de Santarém diz que essa situação causou desconforto entre alguns autarcas. “Várias pessoas estranharam o currículo da pessoa e o vencimento que tinha. Fomos todos apanhados de surpresa com estes montantes. E que fique claro que se os resultados fossem outros até faria uma proposta para que fosse aumentado o vencimento”, disse Ricardo Gonçalves, frisando que nada tem contra a pessoa e que a Câmara de Santarém paga as suas facturas à RSTJ a tempo e horas.
O vereador do Chega, Pedro Frazão, que acabou por ser o único a votar contra a transferência dos 40 mil euros para a RSTJ, alimentou o assunto dizendo que “é preciso saber quem autorizou esses vencimentos para pessoas que não têm qualificações académicas de gestão” e secundou o vereador João Leite (PSD), que perguntara se esse vencimento já se verificava com o antecessor de Joel Marques.
O vereador com o pelouro dos resíduos, Diogo Gomes (PSD), esclareceu que já o anterior director-geral, na então Resitejo, Diamantino Duarte, auferia de um vencimento dessa ordem e que tal não configura qualquer ilegalidade. Ricardo Gonçalves acrescentou que a decisão da contratação do director-geral e respectiva remuneração é do conselho de administração da RSTJ e não passa pela assembleia geral da empresa intermunicipal, de que Santarém tem a presidência. O MIRANTE contactou Joel Marques para obter um comentário às apreciações feitas na reunião de câmara de Santarém, mas o director-geral da RSTJ não quis prestar declarações.
A RSTJ foi constituída em 2019 e sucedeu à Resitejo, tendo uma área de intervenção de 10 concelhos: Alcanena, Chamusca, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Santarém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. A empresa tem sede no EcoParque do Relvão, no concelho a Chamusca, onde se encontra também instalado o aterro sanitário e outros equipamentos que explora. O sistema tem como missão dar destino final adequado às cerca de 100 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos produzidas anualmente pelos mais de 200 mil habitantes da área geográfica que cobre.

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