Cadela fechada em apartamento resgatada pela Liga dos Direitos do Animal
A cadela Mel, que estava fechada num apartamento na Praceta dos Caniços, na Póvoa de Santa Iria, está agora à guarda da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal. A dona tem dois meses para reaver a cadela caso prove que tem condições para tratar dela.
A Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA) resgatou a cadela Mel, que estava fechada num apartamento do número 11 da Praceta dos Caniços, na Póvoa de Santa Iria. No dia 12 de Maio, acompanhada pela PSP e por uma funcionária da LPDA, a presidente da instituição, Maria do Céu Sampaio, conversou com a dona do animal e explicou os procedimentos legais. A cadela vai ficar durante dois meses à guarda da instituição. Após esta data, a dona da Mel, Andreia Marques, pode ficar com a cadela, caso faça prova que reúne condições necessárias para a ter à sua guarda. Durante esse período Andreia Marques pode visitar o animal aos domingos, nas instalações da LPDA, e levar a cadela a passear.
Recorde-se que o caso foi denunciado a O MIRANTE pelos moradores do prédio que se queixavam do choro e ladrar constante da cadela durante o dia e a noite. Os moradores chegaram a entregar um abaixo-assinado na União de Freguesias de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa e chamaram várias vezes a PSP ao prédio.
Andreia Marques disse a O MIRANTE que vive naquele apartamento e que pernoita ali, mas que passa muitas horas fora de casa. Quando questionada porque nunca abriu a porta à PSP, de madrugada, afirma que “está em casa mas fecha a porta do quarto porque a cadela faz as necessidades em cima da cama e tem duas crianças”. Andreia Marques refere que deixa a varanda aberta para a cadela fazer as necessidades durante o dia e que deixa duas taças com comida. Admite que Mel não tem convívio com outros animais, apenas com os donos porque está maioritariamente em casa. Andreia Marques diz que quer resgatar a Mel mas que vai aguardar que o marido mude de trabalho para ter mais tempo.
Maria do Céu Sampaio admite que a LPDA se depara com casos muito mais graves, no entanto adverte que, segundo a lei, os animais não podem fazer barulho no prédio entre as 23h00 e as 08h00, senão os donos têm que responder perante as autoridades. Caso seja verdade o que dizem os moradores, a presidente da instituição explica tratar-se de um caso de abandono animal.
Após o resgate da cadela a presidente da instituição conversou com os moradores e vizinhos do prédio que afirmaram que nunca viram a Mel na rua e que os donos não moravam ali. Caso a situação siga para o Ministério Público terá que ser provado que Andreia Marques não mora naquele apartamento. “Agora vamos dar dois meses à senhora para resolver o problema. Se não resolver a cadela é entregue a quem acharmos que tem condições para a ter e somos muito exigentes”, diz Maria do Céu Sampaio.