Prémio Arquimedes da Silva Santos vai valorizar educação e arte

Prémio Nacional de Educação, Arte e Cidadania vai atribuir prémios monetários a ensaios inéditos e projectos de intervenção em língua portuguesa, implementados em território nacional.
Depois de sete anos de impasse, o Prémio Nacional de Educação, Arte e Cidadania Arquimedes da Silva Santos, uma distinção bienal destinada a reconhecer e valorizar trabalhos académicos, ensaios inéditos e projectos de intervenção em língua portuguesa, vai avançar no próximo mês em Vila Franca de Xira. Depois de publicado em Diário da República o regulamento do prémio, a Câmara de Vila Franca de Xira deliberou agora aprovar o prazo para candidaturas ao prémio, abertas de 1 a 25 de Julho. O prémio visa destacar projectos e ensaios que explorem a intersecção entre as áreas da educação, arte e cidadania.
É um prémio que presta homenagem a Arquimedes da Silva Santos (1921-2019), figura marcante na vida cívica e cultural do concelho de Vila Franca de Xira e do país, nascido e residente na Póvoa de Santa Iria. Médico de formação, destacou-se como pedagogo, escritor, músico e activista cultural, tendo desempenhado um papel crucial na criação do Museu do Neo-Realismo, através da Comissão Instaladora (1988), da Associação Promotora (1989) e da concretização do museu em 1993.
A iniciativa municipal pretende não apenas preservar a memória e legado de Arquimedes da Silva Santos, mas também sublinhar a importância da arte na formação educativa e cívica dos cidadãos. O prémio, que foi inicialmente proposto pela então vereadora Maria José Vitorino do Bloco de Esquerda, em Abril de 2018, esteve envolto em alguma polémica ao longo dos anos. A filha do poeta, Luísa Duarte Santos, contou mesmo a O MIRANTE, em entrevista publicada em Outubro de 2024, que a versão actual do prémio não é a que a família idealizara. “Gostava que fosse um projecto sério. Pediram-nos, a mim e à minha irmã, para darmos a nossa opinião sobre o projecto enquanto familiares. A minha irmã deu as opiniões que entendeu dar, mas do que me pareceu não acolheram nenhuma sugestão. Nem estamos envolvidas. Normalmente costuma envolver-se os familiares mas neste caso não. É uma iniciativa de outras pessoas. A única coisa que gostaria é que fosse respeitado o nome do meu pai, em termos de conteúdo, que não fizessem um show-off de algo que leva o nome dele”, afirmou.
Dez mil euros em prémios
O prémio vai dividir-se em duas modalidades: modalidade A (que inclui teses de doutoramento, dissertações ou projectos de mestrado defendidos publicamente nos dois anos anteriores à candidatura) e modalidade B, para portefólios de projectos de intervenção implementados também nos dois anos anteriores à candidatura. Ambas as modalidades exigem que os trabalhos sejam inéditos. Os destinatários podem ser de qualquer nacionalidade, desde que as obras cumpram os seguintes critérios: trabalhos académicos apresentados em instituições de ensino superior portuguesas e redigidos em português; ensaios inéditos escritos em português e projectos de intervenção implementados em território nacional. Cada modalidade terá um prémio de cinco mil euros para o vencedor.
As candidaturas são gratuitas e podem ser submetidas em formato papel ou digital. Em papel nas lojas do munícipe de Vila Franca de Xira, Alverca do Ribatejo ou Póvoa de Santa Iria ou, em caso de submissão digital, através do e-mail lojadomunicipe@cm-vfxira.pt, com o assunto “Prémio Nacional de Educação, Arte e Cidadania Arquimedes da Silva Santos”, seguido do nome do autor e da modalidade a concurso. O trabalho deve estar em formato PDF com todos os dados de identificação.