Cuidar dos familiares idosos é acto de amor e coragem










A ida de idosos para um lar acontece cada vez mais tarde e é preciso o Estado e as instituições adaptarem-se à nova realidade, alertam Sónia Nascimento e Vanda Alvega, directoras na Misericórdia de Alhandra. A instituição presta apoio ao domicílio a 32 utentes.
Ajuda-os na higiene, prepara-lhes as refeições, leva-os às consultas e assegura a toma correcta da medicação. Acredita que são mais felizes na sua casa. A ida de idosos para um lar acontece cada vez mais tarde e é preciso o Estado e as instituições adaptarem-se à nova realidade, alertam Sónia Nascimento e Vanda Alvega, directoras na Misericórdia de Alhandra.
Emília Silva começou a perceber a dimensão do problema quando o cheiro a gás e o fogão ligado por esquecimento começaram a ser uma constante na casa dos sogros. “Já não tinham capacidade para estarem sozinhos, então acabei por trazê-los para cá. Não querendo criticar o trabalho feito nos lares assumi essa tarefa para poderem ter mais qualidade de vida. Acredito que são mais felizes assim”. Há três anos abdicou definitivamente do trabalho como desenhadora e já não se lembra do que é viver uma vida sem pensar primeiro na daqueles que cuida: a sogra, de 84 anos, o sogro, de 87, e a prima Rosa Casimiro, de 86. Mas fá-lo “por amor”, mesmo sem saber ao certo se os três idosos “se apercebem da sorte que têm”.