Autarca de Santarém continua a defender desvio da Linha do Norte na cidade
Projecto de variante ferroviária a Santarém já esteve previsto há alguns anos mas desapareceu do mapa de investimentos do Estado.
O presidente da Câmara de Santarém considera que o desvio da Linha do Norte na cidade pode melhorar a circulação ferroviária na região. “Ao nível da ferrovia há um projecto que podia melhorar tudo isso [da mobilidade], ou seja, é o desvio da Linha do Norte, em Santarém, que nos traria um ganho de alguns minutos nas deslocações entre Lisboa e todo este território”, afirmou à Lusa Ricardo Gonçalves (PSD).
O autarca, que participou na conferência “Desafios da Mobilidade nos Territórios de Baixa Densidade”, promovida pela Autoridade da Mobilidade e Transportes (AMT), na Covilhã, recordou que “já esteve previsto esse desvio há alguns anos”, com os ministros das Infraestruturas Mário Lino e Pedro Marques, mas “agora está em ‘stand by’”. O projecto, explicou, consiste num desvio na zona do Vale de Santarém, com “uma pequena curva a Santarém, ou seja, desvia-se da proximidade ao Tejo e das barreiras” da cidade, e depois segue até ao Entroncamento. “Mas, com isso permite que saia de dentro das povoações e, do ponto de vista do tempo, se ganhe quatro, cinco, seis minutos, um tempo que hoje é importante ao nível da ferrovia”, frisou Ricardo Gonçalves.
O autarca considerou que “os desafios ao nível da mobilidade são muito importantes para todo o país e para os territórios”, salientando que existe uma grande diferenciação quando “31 concelhos têm metade da população e os restantes têm os outros 50%” e Portugal é “o quinto país mais envelhecido do mundo”.
Os desafios de Santarém, um concelho médio com até 100 mil habitantes e 570 quilómetros quadrados, são completamente diferente dos de Lisboa e outros concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML), embora o município sede de distrito apenas só tenha uma freguesia considerada de baixa densidade. Ainda assim, Santarém não conseguiu que o concurso para a prestação do serviço de transporte público “chegasse até ao fim”, com a escolha de um prestador e, por isso, está “a trabalhar para que exista uma empresa intermunicipal de transportes na Lezíria do Tejo”, ao nível da Comunidade Intermunicipal (CIM), adiantou Ricardo Gonçalves.
Até “ao final do ano, início do próximo ano”, será também lançado “no concelho de Santarém o serviço de Transporte a Pedido, para, naquelas zonas em que não há transportes públicos de forma regular todos os dias”, poder “dar resposta a essas populações”, acrescentou.
Ricardo Gonçalves disse ainda esperar que, dentro de algumas semanas, sejam anunciadas pela comissão técnica independente as melhores opções para a localização do novo aeroporto de Lisboa, sendo que Santarém é uma das nove em estudo.