Economia | 16-03-2007 08:10

Última discoteca de Tomar vai fechar

O proprietário da única discoteca da cidade de Tomar diz que vai fechar as portas em breve dada a impossibilidade de alargar o horário do seu estabelecimento. José Nunes, dono da Rio Bar, lamenta a falta de respostas da câmara municipal perante três insistentes pedidos, feitos durante dois anos, para que lhe seja concedido um alargamento de horário até às seis da madrugada. A falta de respostas da autarquia e a possibilidade de uma negativa, já adivinhada pelo empresário, levam-no a garantir que vai fechar as portas da discoteca antes da Festa dos Tabuleiros. Demorará apenas o tempo de cumprir os contratos com os 16 funcionários.O estabelecimento, situado no Flecheiro, na área para onde a autarquia está a perspectivar a futura zona de bares, tem horário estabelecido até às 05h00. José Nunes contesta o facto dos restantes bares estarem a trabalhar até às 04h00, o que faz com que os clientes só comecem a chegar por volta dessa hora à discoteca. “Todos os dias que estou a funcionar aparece-me a polícia por volta das 05h15 ou 05h20 a mandar encerrar. Precisamente quando tenho a casa mais cheia”, diz o único sócio do Rio Bar. José Nunes sente-se perseguido pela PSP de Tomar, mas afirma compreender que a polícia está apenas a cumprir ordens. Só não entende porque é que só aparece à porta do seu estabelecimento, mesmo em dias excepcionais, como foi o caso da noite de Passagem de Ano. Além dos três requerimentos que apresentou na câmara a solicitar o alargamento de horário, José Nunes avançou ainda com um pedido de autorização para trabalhar durante mais noites. Actualmente tem licença para abrir à 4ª feira, 6ª feira, sábados e vésperas de feriado. O empresário pretendia realizar festas às quintas-feiras, já que diz que muitas vezes é solicitado para o fazer pelo Hotel dos Templários, e às sextas-feiras à tarde. Mas não obteve qualquer resposta.Para o presidente da câmara a resposta já está dada. “Ele não tem licença para funcionar até às 05h00?”. A pergunta é neste caso retórica. António Paiva não tem intenções de alargar o horário à única discoteca a funcionar na cidade. “A nossa posição é perfeitamente razoável”, assegura o autarca, que justifica a resposta negativa com o alegado interesse dos restantes moradores e comerciantes da zona. Segundo o presidente do município, alguns dos cafés que ficam situados perto da discoteca, começam a trabalhar às 06h00. Em dias de funcionamento do estabelecimento nocturno, esses mesmos cafés “levam com os clientes bêbados do Rio Bar, que vão armar desacatos”, refere o autarca. “E essa não é uma questão de segurança pública?”, questiona O MIRANTE. O presidente não responde, mas adianta: “A câmara não está aqui para proteger A ou B. Isto é tudo uma questão de mercado e os clientes é que decidem onde querem ir”. A única sobreviventeEm dois anos, José Nunes já não sabe quantos autos lhe foram levantados pela polícia por incumprimento de horários. “Deve ser um por dia”, refere. O comandante da PSP confirma que são vários, mas “se tem autos é porque não está cumprir”. O comissário Lopes Martins nega que haja perseguição da polícia ao Rio Bar, mas sublinha que “nesse estabelecimento há maior acuidade, porque temos de ter em conta o descanso dos habitantes”. O comandante da PSP de Tomar afirma que tem recebido diversas queixas dos moradores do Flecheiro.A discoteca Rio Bar, a funcionar há 5 anos, é a única sobrevivente de três estabelecimentos semelhantes que nos últimos anos trabalharam em Tomar. A primeira a desaparecer foi a discoteca Índex, situada junto ao Hotel dos Templários. No final de 2001, a câmara atribuiu um horário ao estabelecimento que lhe permitia estar aberto apenas até à meia-noite e deu-lhe licença para trabalhar apenas como restaurante. Em causa estavam as queixas de vários moradores daquela área. A discoteca encerrou. Poucos anos mais tarde, o Club Zone, situado na zona nova da cidade, junto ao politécnico, acabou por encerrar portas por falta de clientes. Mas antes também foi obrigado a moderar o seu funcionamento devido a queixas de moradores. Agora, será a vez da Rio Bar.

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