Economia | 26-08-2009 11:23
Herdade da Torre Bela vai produzir energia
A herdade da Torre Bela, Azambuja, propriedade da Sociedade Agrícola Quinta do Convento, vai produzir cerca de 30 quilowatts de energia, depois da instalação de painéis solares que está em fase final.A quinta da Torre Bela, ocupada em 1975 por populares da região da Azambuja, foi comprada em 1996 à família dos Duques de Lafões e à Soporcel, segundo confirmou à Lusa fonte da Quinta do Convento.“A Torre Bela foi comprada em 1996 a três membros da família de Bragança – D. Lopo, D. Miguel e D. Afonso – e outra parte à Soporcel”, afirmou Cristina Albuquerque, proprietária da sociedade que detém aquela herdade.“Na Torre Bela, estamos a instalar painéis solares que vão ter capacidade para produzir cerca de 30 quilowatts”, disse Cristina Albuquerque, acrescentando que a instalação destes equipamentos está em fase de conclusão.Cristina Albuquerque disse ainda que a herdade da Torre Bela tem “certificação europeia de qualidade florestal” pelas “boas práticas de gestão” da Sociedade Agrícola Quinta do Convento.Esta certificação foi atribuída pelo FSC (Conselho de Certificação Florestal), uma organização independente que avalia a gestão dos recursos florestais em mais de 80 países, à Quinta do Convento pelo seu programa de exploração da Torre Bela, no início deste ano.Actualmente, a Torre Bela tem pastagens, cultivo de sobreiros e pinheiros, gado bovino e exploração de recursos energéticos, segundo Cristina Albuquerque, proprietária da Quinta do Convento.Ocupada a 23 de Abril de 1975 por vários trabalhadores da região, a herdade da Torre Bela ficou conhecida por não ter tido intervenção partidária, tendo sido criada uma cooperativa popular e não comunista, como era comum.No Verão de 1976, a ocupação foi legalizada e os trabalhadores que continuaram naqueles campos mantiveram-se na herdade, onde foi construída uma cantina e até uma creche para os filhos dos agricultores.A 23 de Abril de 1975, a dois dias do primeiro aniversário da Revolução dos Cravos, cerca de mil trabalhadores juntaram-se na Torre Bela para ocupar e explorar a herdade dos Duques de Lafões, uma reserva de caça usada pelo ducado, e fazer dela uma cooperativa ao serviço de todos.Wilson, líder do movimento campesino que se formou nas freguesias de Manique do Intendente e Maçussa, Azambuja, lamenta as batalhas perdidas da liberdade, abandono a que a Torre Bela foi votada e o "egoísmo" da "meia dúzia de donos" que Portugal continua a ter."Trinta e tal anos depois da Torre Bela, Portugal continua a ser de meia dúzia de pessoas que se tiverem um prejuízo de 10 milhões de euros dos seus 2, 3 ou 4 mil milhões da sua fortuna, fecham fábricas e deixam pessoas no desemprego", critica.
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