A empresa MAFREL – Manuel de Freitas Lopes & C.ª, Ld.ª - que engloba três fábricas de serração de madeira de pinho e uma fábrica de paletes - foi a última a fechar portas no concelho de Tomar, com o Tribunal Judicial a decretar a sua insolvência a 5 de Julho, deixando no desemprego 200 trabalhadores. O MIRANTE apurou que os trabalhadores têm em atraso o vencimento de Junho e o subsídio de Natal de 2009, realizando-se a primeira assembleia de credores no dia 16 de Setembro. Em Julho de 2009, o administrador da empresa, Tenente-General Vizela Cardoso, escreveu ao primeiro-ministro a dar conta da difícil situação económica da empresa, localizada em Calçadas, Tomar. Alegava que o Estado lhe devia devolver a verba dispendida com o tratamento térmico de madeira (obrigatório por lei) entre 1 de Julho de 2008 e 9 de Julho de 2009 - cerca de 500 mil euros - e que afectaram a sua margem de lucro. Mas o Ministério da Agricultura respondia na altura que “não estavam previstos quaisquer apoios para a erradicação do nemátodo do pinheiro”.O MIRANTE contactou o administrador da empresa, Tenente-Coronel Vizela Cardoso, que explicou que a principal causa para este desfecho tem a ver com “a pouca transparência” em relação a apoios anunciados “ mas que nunca chegam às empresas”. “ Só entre Julho de 2008 e Dezembro de 2009 esta empresa gastou em tratamento térmico da madeira serrada que produziu mais de 600 mil euros. Se estes custos induzidos à empresa pelo Estado, tivessem sido ressarcidos com oportunidade, não estaríamos a passar este mau momento”, aponta. Em relação aos vencimentos em atraso, Vizela Cardoso referiu que, quer o mês de Junho de 2010 quer o subsídio de Natal de 2009, irão ser pagos logo que forem recebidas algumas transferências de dinheiro de clientes, pretendendo resolver o problema dos trabalhadores ainda este mês.