Economia | 28-02-2014 13:59
Unidade para incineração de resíduos hospitalares perigosos da Chamusca em consulta pública
A Ambimed, empresa de gestão de resíduos hospitalares, quer instalar no Ecoparque do Relvão, na Chamusca, um Centro Integrado de Gestão de Resíduos, cujo estudo de impacte ambiental está em consulta pública até 7 de Março.Paulo Queimado, presidente da Câmara Municipal da Chamusca, disse à agência Lusa que a empresa quer começar a laborar no primeiro semestre deste ano num pavilhão que está a ser construído pela Resitejo, Gestão e Tratamento dos Lixos do Médio Tejo, e que vai ser arrendado para instalação do centro.A unidade visa aumentar a capacidade de tratamento de resíduos hospitalares, sobretudo do grupo IV (de incineração obrigatória) e que têm sido exportados (para países como Espanha, França, Bélgica e Alemanha), que pretende eliminar com produção de energia.De acordo com o resumo não técnico do estudo de impacte ambiental (EIA) para a nova unidade, a Ambimed pretende aumentar a capacidade de tratamento, cessando a exportação de resíduos hospitalares do grupo IV e podendo mesmo dar resposta a parte dos resíduos incineráveis de Espanha.A localização no Ecoparque do Relvão é apresentada como vantajosa em termos de localização estratégica e central face aos produtores e por se inserir num espaço distante de aglomerados populacionais e com possibilidade de sinergias com outros operadores de gestão de resíduos.A unidade vai ser implantada num pavilhão com 800 metros quadrados pertencente à Resitejo, uma nave industrial que será dotada de equipamento de incineração e tratamento de gases, produção energética e mecanismos de monitorização.Esperando iniciar a exploração no segundo trimestre do ano, após a emissão da Declaração de Impacte Ambiental, do licenciamento e dos testes, a unidade terá uma capacidade máxima de incineração de 5.400 toneladas/ano de resíduos.Esta capacidade permite abarcar "todos os resíduos hospitalares de grupo IV produzidos no país", uma vez que o Plano Estratégico para os Resíduos Hospitalares estima, para 2016, 2.500 toneladas/ano, bem como outros resíduos equiparados e com afinidade, como medicamentos, resíduos animais e subprodutos de origem animal.Os resíduos hospitalares representarão 65% (75% com os medicamentos), prevendo a empresa um movimento diário de dois veículos pesados e dois ligeiros.O EIA afirma que os gases resultantes da unidade terão uma "influência nula na qualidade do ar", sendo "insignificantes" os riscos para a saúde pública nos piores cenários analisados, o mesmo acontecendo para o solo, as plantas e os animais.O estudo propõe medidas de gestão e monitorização e prevê a criação de uma comissão de acompanhamento que poderá integrar a que está a ser criada para o Ecoparque.Paulo Queimado disse à agência Lusa que o município quer que seja feita a "monitorização contínua" do Ecoparque do Relvão, numa estrutura que vai integrar técnicos da Protecção Civil, do Ambiente e das Florestas."Já adjudicámos a monitorização das linhas de água", disse, lamentando não ter sido criado no início do processo um "ponto zero" e a monitorização contínua, ambiental e económica.O autarca disse esperar que a comissão de acompanhamento do Ecoparque do Relvão comece a funcionar em breve, recordando que a primeira reunião para a sua instalação se realizou há dois anos.A comissão será parceira da Associação para o Desenvolvimento do Ecoparque do Relvão, também ainda em projecto.
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