O excesso de oferta de farmácias no concelho de Coruche e a falta de movimento no centro histórico da vila são apresentadas pela direcção da Farmácia Frazão, em Coruche, como as razões que justificam a deslocalização desse estabelecimento para a localidade de Samora Correia, no concelho de Benavente, já no início do próximo ano de 2015.O pedido de deslocalização, enviado pela direcção da Farmácia Frazão à Autoridade Nacional do Medicamento e dos Serviços de Saúde (Infarmed) em meados de Setembro, foi aprovado pela Câmara Municipal de Coruche, na reunião camarária de 5 de Novembro. “Não me parece que nós tenhamos forma de não conceder, de não autorizar”, afirmou o presidente da autarquia, Francisco Oliveira (PS), realçando o facto de a Farmácia Frazão preencher todos os requisitos impostos pela Infarmed.“Só nos foi permitida esta transferência por ser fundamentado que há cobertura farmacêutica a menos de 350 metros”, afirma Pedro Gonçalves, farmacêutico substituto e filho da directora técnica da Farmácia Frazão, Maria Gabriela Gonçalves, salientando que concorrem com mais três farmácias no centro histórico da vila de Coruche. Outro requisito imposto pela Infarmed é a comprovação de que o rácio entre os 19 944 habitantes do concelho de Coruche, segundo os censos 2011, e as sete farmácias abertas ao público não ultrapassa os 3500 habitantes. Feitas as contas, este valor não chega aos 2900 habitantes por farmácia e “no concelho de Benavente passa-se o contrário”, explica Pedro Gonçalves, adiantando que já depois da alocação da Farmácia Frazão em Samora Correia, a capitação “irá ficar acima dos 3500, mais na casa dos 4000 e pouco”.Pedro Gonçalves garantiu, em entrevista a O MIRANTE, que os postos de trabalho dos três trabalhadores da Farmácia Frazão serão assegurados nesta transferência de instalações para Samora Correia e deixou claro que continuar a “servir bem a população de Coruche” será a principal preocupação da direcção enquanto não se efectuar a deslocalização.