A produção de energia eléctrica a partir de carvão mineral na Central Termoeléctrica do Pego termina em 2021 e a unidade industrial vai ser convertida para biomassa sob a forma de torrefação de sobrantes. A informação foi dada pelo presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos, em sessão camarária depois de receber um ofício do Ministério do Ambiente que manifesta ver com “bons olhos” a novidade.

O autarca mostrou-se motivado com as decisões para a Central do Pego afirmando que a solução de biomassa corresponde às expectativas da administração da Central Termoeléctrica do Pego. “Sabemos que a administração vê como uma solução imediata e prática a reconversão da Central em biomassa sendo que a parte a gás continuará a funcionar até 2031”, sublinhou.

Manuel Valamatos afirma ainda que esta é uma notícia excelente para a região do Médio Tejo e para a região centro do país. Em relação aos postos de trabalho em causa com o encerramento da produção a carvão mineral, o edil diz que a reconversão para biomassa extingue postos de trabalho e cria outros. “Existe toda uma dinâmica económica que vai ser positiva para a região”, destacou.

Actualmente, aquela unidade funciona à base de carvão mineral, matéria-prima altamente poluente. O autarca sublinhou a importância que a Central do Pego tem actualmente no sistema eléctrico nacional, com a possibilidade de entrar em funcionamento e fornecer energia à rede, num curto espaço de tempo, quando as outras fontes não funcionarem, seja a hídrica, solar ou eólica.

Valamatos explicou que a Central do Pego não quer madeira, pinheiros ou eucaliptos mas sim os resíduos retirados da floresta depois das limpezas. Com esta solução não haverá grandes alterações estruturais ou físicas uma vez que como a matéria-prima é semelhante à actual haverá apenas alguns ajustes de equipamento. A Central do Pego dá emprego a várias centenas de trabalhadores da região do Médio Tejo.

Bruxelas dá 80 milhões para fechar centrais termoeléctricas

A Comissão Europeia propôs a 26 de Fevereiro que Portugal feche as centrais termoeléctricas de Sines e Pego (Abrantes) e apoie a redução de emissões dos pólos petroquímicos de Matosinhos e Sines, por serem poluentes, dando quase 80 milhões de euros ao país para fazer esta transição.

Em causa está a proposta relativa ao Fundo de Transição Justa, criado pela Comissão Europeia, para apoiar o desmantelamento de indústrias poluentes e a descarbonização de regiões dependentes de combustíveis fósseis, no âmbito do qual deverão ser alocados 79,2 milhões de euros a Portugal.