Economia | 26-02-2021 18:00

“Com as empresas asfixiadas dificilmente teremos uma retoma rápida”

“Com as empresas asfixiadas dificilmente teremos uma retoma rápida”
ECONOMIA
Ramiro Matos

Ramiro Matos, presidente do conselho de administração da Águas de Santarém.

PATROCINADOR GALARDÃO EMPRESA DO ANO

ó ajudas robustas e firmes às empresas e famílias podem construir as bases para um relançamento rápido e coerente da economia, diz Ramiro Matos, considerando que o Governo tem reagido de forma demorada e ineficaz às necessidades das empresas, instituições e cidadãos.

O presidente do conselho de administração da empresa municipal Águas de Santarém, Ramiro Matos, refere que o maior desafio com que a empresa se confronta nesta época de crise “é alcançar maior eficiência neste período tentando minorar os impactos negativos e preparar-se para o momento pós-crise”. E salienta que “a nossa economia precisa de optimismo”.

No caso da Água de Santarém, o relançamento passa pelo melhor aproveitamento possível de fundos comunitários no novo ciclo, “com a realização dos investimentos que se impõem nas nossas redes de abastecimento de águas e tratamento de águas residuais”.

Ramiro Matos reconhece que “estamos a viver um momento de crise económica e social muito relevante” cujos impactos só se vão conhecer em pleno lá para o final deste ano. “A Águas de Santarém, não obstante operar numa actividade essencial e em monopólio, está a sentir muito os efeitos da conjuntura, fruto dos maiores apoios que tem dado às famílias e empresas, com forte impacto nos seus proveitos e investimentos”, afirma.

Nesse capítulo, o administrador da Águas de Santarém diz que foi imperioso que a empresa, em conjunto com a Câmara de Santarém, sua única accionista, facultasse apoios a famílias, empresas e IPSS, com a redução do tarifário para 2021, isenção de pagamento de serviços e aprovação de tarifário especial com fortes reduções para quem está a sentir mais a crise no seu rendimento.

“Estes apoios obrigaram a reequacionar investimentos, reorientar a relação com o cliente para contactos não presenciais e proporcionar aos trabalhadores todas as condições para os novos desafios de metodologias de trabalho”, sublinha.

Sobre os apoios estatais a empresas e instituições, Ramiro Matos considera que o Governo “está a reagir de forma demorada e ineficaz”. Ou seja, “está a lançar medidas que não combatem o problema na sua origem, mas que são meros paliativos”. Sublinha que o rendimento das famílias está a degradar-se, as empresas de muitos sectores estão com graves dificuldades e confessa ter “muito receio do que vai acontecer quando terminarem os apoios pontuais e insuficientes, as moratórias e todas as medidas em curso”.

Na óptica de Ramiro Matos, só ajudas robustas e firmes às empresas e famílias seriam aptas a construir as bases para um relançamento rápido e coerente da economia. “Assim, com as empresas asfixiadas, dificilmente vamos ter uma retoma rápida e abrangente. Há sectores da economia, que muito contribuem para o nosso PIB, que estão arrasados e sem saber o que vai acontecer a seguir”, reforça.

Quanto à resposta da banca nacional ao tecido empresarial, diz que tem sido dada dentro das suas limitações e muito de acordo com as medidas governamentais. “Estamos expectantes como vai reagir quando terminarem os apoios do Estado e se vão cumprir com as necessidades da economia sobretudo das micro, pequenas e médias empresas nomeadamente dos sectores mais afectados como o turismo e a restauração”, refere.

Sobre a política de O MIRANTE, de distinguir anualmente empresas, instituições e personalidades diversas, considera muito importante dar-se a conhecer aquilo que se faz de muito bom e diferenciador no distrito. “Só com a divulgação e premiação do mérito se consegue dar mais força a quem faz bem, e, ao mesmo tempo, dar o exemplo e alento a quem está empenhado em fazer melhor e atingir esse reconhecimento. Parabéns pelo vosso trabalho neste campo”, conclui.

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