Economia | 28-03-2022 15:08

Três quartos da bazuca da Europa estão a ser usados para despesa pública

Três quartos da bazuca da Europa estão a ser usados para despesa pública

João Duarte, CEO da YoungNetwork Group, falou durante a primeira sessão de um ciclo de conferências dedicados aos fundos estruturais e de investimento.

Cerca de 75% do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está a ser utilizado para despesa pública. A informação é avançada por João Duarte, CEO e fundador da YoungNetwork Group, empresa criada há 22 anos. João Duarte considera errado que este dinheiro de fundos europeus esteja a ser utilizado desta forma, embora considere que este investimento tem um efeito multiplicador que se vai reflectir na economia. No entanto, considera que os investimentos a realizar no âmbito do PRR já estão a ficar atrasados uma vez que tem que ser tudo executado até 2025.

João Duarte é um dos fundadores do EuroRegião que iniciou em Santarém, na manhã de segunda-feira, 28 de Março, um ciclo de dez conferências, que se vão realizar por todo o país, dedicados aos fundos estruturais e de investimento. O EuroRegião é um projecto editorial com cerca de seis meses que se candidatou a fundos comunitários. Entre 400 projectos venceram 12 e o EuroRegião foi um deles. “Os fundos comunitários são um bom ponto de partida mas temos que ser nós a tornar os projectos sustentáveis”, esclarece.

O CEO do YoungNetwork Group explicou também que é fácil aceder a fundos comunitários e estão mais acessíveis às micro, pequenas e médias empresas do que possa parecer. Os empresários podem ter que pedir ajuda na área da consultoria para auxiliar uma empresa no caminho que um projecto deve ter para concorrer.

“Com os fundos do PT 2020 os apoios estavam muito virados para a internacionalização. Actualmente, o PRR está mais vocacionado para a digitalização das micro, pequenas e médias empresas”, acrescentou João Duarte. O fundador da EuroRegião falou ainda da importância das marcas como principais factores diferenciadores. “Existem falta de marcas em Portugal que sejam diferenciadoras. Por exemplo, no cluster dos vinhos, são muito pouco conhecidos no estrangeiro. Mais facilmente aparecem vinhos de Espanha, Itália, França e Estados Unidos da América”, lamenta.

Jorge Gaspar, director da Consulting by AIP (Associação Industrial Portuguesa), defende que uma das razões que dificulta a imposição de uma marca poderá estar relacionado também com a natureza do tecido empresarial das micro e pequenas empresas. “Se fossem criados consórcios obrigatórios entre micro e pequenas e médias empresas, de forma a que os projectos ganhassem maior escala e valor agregado, talvez o impacto dos projectos e o reconhecimento das marcas fosse maior”, afirma.

Antes da mesa redonda onde se debateu a importância dos fundos europeus, João Bernardo Duarte, professor de economia da Universidade Nova, apresentou o estudo “Fundos Europeus Estruturais e de Investimento – Avaliação de Impacto nas diferentes regiões em Portugal”.

* NOTÍCIA COMPLETA NA EDIÇÃO SEMANAL DE O MIRANTE NA PRÓXIMA QUINTA-FEIRA, 31 MARÇO.

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