Superavio, em Alpiarça, ainda tem preços antigos em alguns produtos
Por ter um grande stock de alguns produtos ainda é possível comprar atum enlatado, leite ou café a preços de antes da guerra. O proprietário considera que devia ter o triplo da clientela mas as pessoas vão atrás da propaganda das grandes superfícies.
João Andrade, proprietário do Superavio, em Alpiarça, considera absurda a escalada de preços sobretudo de massas, arroz, óleo vegetal, vinagre e ração animal. Desde que abriu o Superavio, há mais de 25 anos, não se lembra de haver um aumento tão grande dos produtos. João Andrade sublinha que é nos produtos alimentares que se verifica os preços mais caros. “A guerra na Ucrânia reduziu drasticamente a exportação de cereais prejudicando todos os países que estão dependentes desses produtos que vinham de lá”, esclarece.
No Superavio ainda há latas de atum, pacotes de leite ou embalagens de café aos preços do início do ano. “Comprei um grande stock e por isso ainda consigo manter alguns preços mais baixos”, explica o comerciante. Até agora só teve que repor o stock do óleo vegetal. Deixou de ter à venda ração animal porque tem medo de não conseguir vender por ser um dos produtos que mais aumentou de preço.
A loja divide-se em dois sectores – a mercearia e a loja de utilidades, conceito com o qual começou depois de ter fechado os videoclubes de que era proprietário, em Alpiarça e na Chamusca. É na secção de utilidades, conhecida por Loja dos Trezentos, que tem mais lucro admitindo que há produtos em que a margem de lucro é de 100% ou mais.
João Andrade considera que, pelos preços que pratica e por ser das lojas mais antigas em Alpiarça, deveria ter o triplo da clientela. No entanto, lamenta, a maioria das pessoas prefere comprar nas grandes superfícies comerciais. O comerciante realça que o marketing das grandes empresas é demasiado eficaz para que o pequeno comércio o consiga combater.