Economia | 14-10-2022 18:00

IMI cobrado a lojistas do Vila Franca Centro vai triplicar

Donos de lojas do Vila Franca Centro vão ter decisões difíceis para tomar

Município de Vila Franca de Xira quer incentivar proprietários de fracções do desactivado centro comercial a vendê-las, para poder dar um futuro a um edifício degradado no centro da cidade. Câmara admite vir a comprá-lo evocando interesse público.

A Câmara de Vila Franca de Xira vai encomendar o levantamento e a avaliação oficial de quanto vale o devoluto e degradado Vila Franca Centro situado no centro da cidade, para que cada um dos 85 proprietários possa decidir se quer ou não vender as suas fracções. Se o negócio não se concretizar – e basta um dos 85 proprietários recusar vender – estão encargos onerosos a caminho para os lojistas. “Mais tarde ou mais cedo teremos de tomar as decisões relativamente às condições de segurança e conservação do edifício e aplicar as regras dos imóveis devolutos e degradados”, avisou o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira.
E como para bom entendedor meia palavra basta, isso significa que caso o espaço não seja vendido os proprietários serão obrigados a fazer obras de recuperação e conservação do edifício e deverão ver triplicar o valor que pagam de Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI), o que vai pesar ainda mais na carteira.
Se todos quiserem vender as lojas e acabar de vez com aquele imbróglio no centro da cidade, a câmara está disponível para comprar, exercendo o direito de preferência evocando interesse público pelo facto do edifício estar inserido em Área de Regeneração Urbana. A explicação foi avançada por Fernando Paulo Ferreira, na última reunião de câmara onde foi questionado sobre o assunto pelos vereadores da CDU. Uma primeira avaliação do imóvel, que tem 216 fracções, mostrou que o edifício vale pouco mais de 666 mil euros, qualquer coisa como 34 euros por metro quadrado, um valor bem abaixo do que cada pessoa pagou pelas lojas quando o centro foi construído na década de 1990.
“É preciso um ambiente de confiança entre as pessoas e isto só é possível se todos quiserem vender e souberem que estão a vender ao mesmo preço por metro quadrado que o vizinho do lado”, explica Fernando Paulo Ferreira, que já se tinha manifestado disponível para vender o estacionamento subterrâneo que fora comprado em 2019 pelo ex-presidente Alberto Mesquita. “O que fizemos foi colocar-nos ao lado dos lojistas, dizendo que estamos disponíveis para tomar a mesma decisão que eles”, afirma.
O Vila Franca Centro foi edificado em 1994 e funcionou durante duas décadas. Foi sucessivamente definhando e em 2013 já só tinha duas dezenas de lojas abertas. A administração do centro, mergulhada em dívidas, abriu insolvência e o espaço fechou definitivamente em Outubro desse ano.

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