Identidade Profissional | 01-02-2023 18:00

“Construção de campas é um negócio que continua rentável”

“Construção de campas é um negócio que continua rentável”
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Miguel Tomé criou a sua própria empresa na área de mármores e granitos, em Alpiarça, dando continuidade ao negócio do seu pai

Miguel Tomé começou a vida profissional a trabalhar na empresa do pai, Fernando Tomé, que durante décadas se dedicou à construção de campas com mármores e granito.

Aos 18 anos deu os primeiros passos e aprendeu tudo com o pai. Agora tomou as rédeas do negócio e criou a sua própria empresa, com o seu nome, a trabalhar na mesma área. A campa que lhe ficou na memória foi a do seu avô materno, com quem tinha uma ligação muito próxima.

Desde criança que Miguel Tomé se habituou a brincar entre mármores e granitos. Depois das aulas e nas férias escolares era normal encontrá-lo na oficina do pai, Fernando Tomé, que criou a sua empresa de mármores e granitos em 1997. Aos 18 anos começou a trabalhar na empresa, algo que não lhe foi imposto porque sempre gostou do trabalho do pai e teve gosto em aprender e saber mais. Poderia ter prosseguido os estudos mas preferiu trabalhar e ganhar o seu dinheiro. A oficina situa-se num espaço contíguo à casa da família, em Alpiarça, e neste momento Miguel Tomé, 26 anos, tomou as rédeas do negócio. Mudou o nome da empresa, embora faça os mesmos trabalhos que o pai e segue os conselhos profissionais do progenitor.
A Miguel Tomé – Mármores e Granitos trabalha sobretudo com campas e pedras para a construção civil. Para o jovem empresário, a morte é algo com que lida com naturalidade por estar habituado a isso desde pequeno. No entanto, sabe que é preciso sensibilidade extra no seu negócio porque os clientes procuram-no num momento de fragilidade emocional em que estão a fazer o luto de um ente querido. Uma lápide que lhe ficou na memória foi a do seu avô materno, executada pelo seu pai. “A perda desse avô foi dos momentos mais difíceis da minha vida porque tínhamos uma relação muito próxima. Em criança passei muitas tardes em sua casa a brincar na horta e com ele. Por isso a sua campa ficou-me na memória como ficam as das pessoas que nos são próximas”, afirma a O MIRANTE.
A construção de campas é um negócio que continua a ter saída. Apesar do número de cremações ter aumentado nos últimos anos, em concelhos mais pequenos, como Alpiarça, ainda há muitos enterros e as famílias fazem questão de mandar fazer uma campa em pedra para homenagear os entes queridos. Também vende potes para cinzas. Na oficina de Miguel Tomé o que não falta são pedras, sejam de mármore, granito ou de outro tipo. Um ramo do negócio que depois da pandemia está a atravessar um bom momento. “Tudo o que seja em pedra para uma casa, como cozinhas, casas-de-banho ou outras divisões, também faço. A construção tem estado a andar a bom ritmo e tenho conseguido bons negócios”, refere, acrescentando que está sempre atento às novidades do mercado.
A Miguel Tomé – Mármores e Granitos trabalha no concelho de Alpiarça mas também um pouco por toda a região. Não sente falta de material tendo bastante em stock. Actualmente é o único funcionário da empresa e diz dar conta do recado. “Quando preciso de montar alguma coisa e preciso de ajuda contrato alguém”, explica. Uma campa simples pode demorar entre dois a três dias a fazer. Se for uma campa mais trabalhada, com redondos e tudo polido com água pode demorar duas a três semanas. Este é um trabalho que Miguel Tomé gosta de fazer e que lhe exige concentração.
O jovem empresário está a construir um escritório maior para poder colocar em exposição as pedras que vende. Uma forma mais ágil para o cliente escolher melhor o que pretende. Miguel Tomé defende que o segredo do sucesso da sua empresa é, além de ter aprendido tudo o que sabe com o pai, manter a qualidade no serviço prestado aos clientes, com produtos de qualidade e um atendimento personalizado e atencioso. “A maneira como tratamos os clientes diz muito sobre o nosso trabalho e é o que faz a diferença entre fidelizá-los e termos a certeza que vão voltar e recomendar-nos a conhecidos e amigos. O telemóvel está sempre ligado e disponível para os clientes”, considera.
Para desligar dos afazeres do dia-a-dia gosta de passear de mota. Motas antigas são a sua paixão e é normal encontrá-lo nos encontros de motorizadas, onde aproveita para conviver com os amigos. É o único passatempo que tem. É fã de desportos motorizados. Não liga a futebol. Pode estar com os amigos mas não liga a jogos de futebol. Só se for da selecção nacional é que demonstra interesse.

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