Economia | 08-02-2023 07:00

Vendedores queixam-se da falta de condições do Mercado de Torres Novas

Vendedores queixam-se da falta de condições do Mercado de Torres Novas

Depois de uma vendedora do Mercado Municipal de Torres Novas ter ido a uma reunião de executivo queixar-se das condições de trabalho no espaço O MIRANTE foi conversar com mais comerciantes que dizem sentir-se esquecidos pelo poder local.

Os vendedores do Mercado Municipal de Torres Novas afirmam que o espaço está esquecido e desprezado pelo executivo municipal. O estacionamento, a desorganização das bancas e a falta de manutenção são os principais problemas apontados pelos vendedores com quem O MIRANTE conversou. A comparação com as infraestruturas de concelhos vizinhos é inevitável uma vez que consideram que perdem clientela devido à melhor qualidade das mesmas.
A falta de estacionamento é o principal ponto referido, quase que unanimemente. O parque de estacionamento subterrâneo, a escassos metros do mercado, não é suficiente para escoar as centenas de clientes e as várias dezenas de comerciantes que por ali passam todas as terças-feiras, o dia mais forte. “Só de pensarem que vão para o mercado e não há estacionamento as pessoas nem vêm”, desabafa Sílvia Marques, vendedora de peixe, natural da Nazaré, que faz o mercado torrejano desde a adolescência. Paula tem uma banca na rua com frutos secos e flores desde 2015 e também é da opinião que o estacionamento é o principal problema do mercado; “se houver muita perda de tempo as pessoas desistem e vão para os supermercados”, vinca.

Humidade e chuva no interior
No interior do edifício as mazelas estão à vista. Problemas de humidade nas paredes e, em dias de chuva, a água cai quase como se estivéssemos na rua, revela Nuno Rosa, outros dos comerciantes com quem falámos. Alerta ainda para o facto do elevador de carga, avariado há um mês, ter avarias recorrentes. Sílvia Marques diz que a situação é prejudicial porque é muito complicado acarretar o peixe até à câmara frigorífica situada no piso subterrâneo. “Os comerciantes necessitam do elevador para transportar a carga. Essa simples tarefa é bastante dificultada pela avaria, pelo trânsito e pela falta de acessibilidade. As carrinhas de mercadoria têm de ficar na estrada durante a descarga e as mercadorias transportadas à mão por entre corredores e bancas até chegar ao local da venda”, explica, acrescentando; “o mercado está mesmo a precisar de manutenção. Há 20 anos que ninguém faz nada”, lamenta.
Álvaro Carvalho começou a trabalhar no mercado de Torres Novas há 43 anos, onde já o avô trabalhava. Também vende no mercado do Entroncamento e afirma que as condições são melhores. Álvaro vende no exterior do mercado, debaixo de um toldo branco remendado por si. Reclama a instalação de uma cobertura para evitar danos causados pelo mau tempo. A instalação de uma cobertura no exterior do mercado pode também ser a solução para o principal problema de Clara Morgado, comerciante de fruta no mercado há cerca de 20 anos. A banca de Clara localiza-se mesmo ao lado das grandes portas de vidro do edifício e a vendedora admite que a colocação de um toldo que evitasse o sol directo nos seus produtos iria melhorar o seu negócio.

Desorganização na atribuição de bancas
Carla Aguiar foi quem chamou à atenção de O MIRANTE para os problemas com a desorganização na atribuição de bancas, algo que o município reconheceu em reunião de câmara onde a comerciante esteve em protesto. A vendedora de padaria e pastelaria considera que nos últimos anos “houve muito tempo para que fosse desenvolvido algum projecto para o mercado” depois das promessas feitas pelo executivo há três anos. Queixa-se de que o mercado não foi bem concebido e que faz falta um armazém para utilização dos vendedores diários. Carla Aguiar remata a conversa com um apelo aos torrejanos para que frequentem o mercado porque o comércio local necessita deles. “Já houve muito mais pessoas a vender. Tem de haver um apelo para o cliente para que nós não tenhamos de abandonar o local. Estar ali das 06h00 até à 13h00 e não aparecerem clientes acaba por nos desmotivar um bocadinho”, desabafa.

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