Economia | 09-07-2023 12:00

Nómadas digitais fogem de Lisboa e o interior pode ser um bom destino

Nómadas digitais fogem de Lisboa e o interior pode ser um bom destino
ESPECIAL ENSINO
Coruche debateu a eventual vinda de nómadas digitais para o Ribatejo

O Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, foi palco de discussão sobre um tema que tem gerado controvérsia: os nómadas digitais. O interior do país pode ser um destino bom e barato para esta comunidade, maioritariamente jovem, mas, como diz o autarca de Coruche, é preciso criar condições como garantir rede de fibra óptica.

O presidente da associação de nómadas digitais em Portugal diz que muitos estão a sair de Lisboa devido ao custo de vida e ao excesso de turistas e defende que a criação de comunidades de nómadas digitais no interior do país seria uma oportunidade para o repovoamento do território. Numa sessão de divulgação e capacitação sobre nómadas digitais, que a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo promoveu com o Turismo de Portugal em Coruche, Gonçalo Hall deixou algumas sugestões para transformar o interior no destino favorito dos nómadas nomeadamente a criação de espaços de coworking; de pacotes mensais nos alojamentos, que podem ter parceiros em actividades de cariz cultural, desportivo ou de natureza; opções veganas e vegetarianas nos restaurantes, permanecendo abertos fora do período de refeições; e eventos para criar a comunidade e o sentimento de pertença.

Sem fibra óptica não há milagres
O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira, o vice-presidente da ERT Alentejo/Ribatejo, Pedro Dias, e do Turismo de Portugal, Tiago Mendonça, abriram a sessão que se realizou a 26 de Junho. O autarca de Coruche mencionou a necessidade de adaptação dos territórios à chegada de nómadas digitais reconhecendo o potencial do interior do país. ”É cada vez mais importante esta visão do mundo e dos territórios, mas é preciso criar condições”, afirma, referindo-se principalmente à falta de fibra óptica de alta velocidade, mas mostrando-se optimista com a possibilidade de o Governo levar fibra óptica às chamadas zonas brancas, onde não há rede ou é deficiente. “As pessoas que nos procuram para se fixarem no território não perguntam o preço do IMI ou se a estrada está alcatroada, perguntam se há Internet”, reforçou, informando que o Observatório é um espaço de coworking.
A presidente da Câmara de Alpiarça, Sónia Sanfona, apontou problemas de alojamento, falta de espaços de coworking, mobilidade e educação na Lezíria do Tejo e explicou que as medidas a serem tomadas vão também beneficiar os portugueses em teletrabalho dando um exemplo da sua vida pessoal. “Muitas vezes falamos de coesão territorial, mas não agimos para a coesão territorial. Quando se diz que os fundos comunitários têm de ir para onde há gente continuamos a desertificar território”, criticou, reforçando: “Se não forem criadas as condições as pessoas vão para outro local”. Sónia Sanfona revelou que está a ser desenvolvido um espaço de coworking no Mercado Municipal de Alpiarça.
No Observatório do Sobreiro e da Cortiça foram expostos casos de sucesso na atracção e acolhimento de nómadas digitais assim como a apresentação daquelas que são as expectativas, desafios e oportunidades do Alentejo e Ribatejo enquanto potenciais destinos de acolhimento. José Santos, secretário-geral da ERT do Alentejo e Ribatejo, encerrou a sessão dizendo que “vamos ser mais rápidos que o Algarve e avançar com uma estratégia de atracção de nómadas digitais, pensada e reflectida”.

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