Agricultores criticam subida no gasóleo agrícola e alertam para estrangulamento do sector
Preço está a subir desde Maio e é pedida ao Governo a regulação dos preços dos combustíveis devido à débil situação de pequenas e médias explorações familiares.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) chama a atenção para o facto de o preço do gasóleo agrícola estar a subir desde Maio e alerta para o “estrangulamento financeiro” do sector, pedindo ao Governo a regulação dos preços dos combustíveis.
“O preço do gasóleo agrícola, que aumenta consecutivamente desde Maio, voltou a subir na segunda-feira, contribuindo ainda mais para o estrangulamento financeiro da já muito débil situação dos agricultores, sobretudo das pequenas e médias explorações familiares”, apontou, em comunicado, a confederação.
O preço médio do gasóleo agrícola (1,39 euros) apenas é superado pelos valores registados entre Março e Novembro do ano passado, indicou a CNA, destacando que hoje o gasóleo agrícola custa mais 0,55 euros por litro do que em Janeiro de 2021.
Ao aumento dos preços dos combustíveis e dos factores de produção junta-se á seca, que agravou as perdas dos agricultores e levou ao aumento dos gastos com a alimentação animal.
“Perante a irracional escalada contínua dos preços, a CNA denuncia o escandaloso aumento de lucros milionários das empresas petrolíferas nestes períodos e reclama ao Governo que, de uma vez por todas, tenha coragem política e avance para a regulação do preço dos combustíveis”, acrescenta a organização.
Por outro lado, os agricultores pedem a concretização dos apoios excepcionais para os sectores afectados pela seca, bem como medidas que impeçam que os agricultores paguem mais pelo gasóleo do que aquilo que pagavam antes da escalada de preços (0,84 euros por litro).
“Para garantir a viabilidade financeira das explorações agrícolas exige-se também que o Ministério da Agricultura e o Governo implementem, sem mais demoras, uma lei que proíba as vendas com prejuízo ao longo de toda a cadeia agro-alimentar, uma vez que, recorrentemente, os preços a que os agricultores têm que vender os seus produtos não compensam os elevados custos de produção”, concluiu.