Mação tem uma drogaria onde se vende de tudo menos armadilhas para apanhar ratos
Casal Maria e César Eira deram continuidade a um negócio onde se vende de tudo um pouco e sobretudo muitos artigos que não se encontram em grandes superfícies e alguns até raros.
A drogaria Leonel, em Mação, está a ressentir-se com a falta de procura pelo comércio tradicional, que o casal diz ser extensivo aos outros negócios em todo o concelho.
A drogaria Leonel, em Mação, está aberta há 70 anos e é um dos estabelecimentos mais antigos do concelho. O casal Maria José e César Augusto Eira, com seis décadas de vida, pegaram no negócio há 12 anos, depois de estarem emigrados no Canadá. Maria Eira durante a vida teve emprego em cafés, fábricas e fez o curso de educadora. Após o nascimento das filhas não voltou a trabalhar, mas no regresso a Mação esse foi o principal motivo pela vontade em abrir um negócio. César Eira trabalhava como electricista. Ambos têm gosto pelos trabalhos manuais. O proprietário do estabelecimento já havia falecido e os familiares aceitaram arrendar o espaço.
A drogaria vende de tudo um pouco, desde artigos comuns para construção a produtos de higiene pessoal mais tradicionais, como o sabão de seda, creme de rosto Benamor e até lápis hemostático para cicatrizar pequenos cortes. No estabelecimento também se vendem botijas de gás. Apenas tiveram de retirar da loja as armadilhas para ratos por terem sido proibidas. “Há coisas que, às vezes, até estão aqui um ano e de um momento para o outro alguém vem procurar. Temos bastantes artigos raros de encontrar e antigos, como é o caso dos antigos balde-chuveiros. As chaminés para candeeiros a petróleo têm sido bastantes procurados.
Apesar do esforço que o casal faz por se adaptar às mudanças e acompanhar as necessidades e desejos dos clientes, confessam que o negócio está a atravessar um período difícil pela falta de clientes. “Cada vez se vê menos pessoas, mas não é um mal da nossa loja, mas sim de todo o concelho de Mação. Tem sido difícil resistir aos novos tempos, mas vamos lutando e procurando subsistir, para conseguir corresponder às necessidades de cada cliente”, desabafam.
O casal espera manter o negócio sempre com um cariz tradicional, mas abrangente a todo o tipo de clientes e necessidades. Maria Eira diz que há dias em que o mau momento do negócio a deixa bastante triste, mas confessa que sem o apoio de outros comerciantes, com negócios tradicionais, seria ainda mais difícil.