Trabalhadores da Cimpor prometem continuar protestos por melhores condições
Cimenteira cortou nos apoios de assistência à doença dos trabalhadores e os sindicatos acusam a administração turca de os ignorar. Estão a chegar protestos à porta das fábricas da Cimpor, incluindo na unidade de Alhandra.
Os trabalhadores da cimenteira Cimpor, empresa que tem uma unidade de produção em Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira, admitem vir a endurecer a luta no futuro caso a empresa não volte atrás no polémico corte nos complementos à assistência na doença aos trabalhadores e reformados da empresa.
Mais de 400 trabalhadores e ex-trabalhadores da empresa concentraram-se na manhã de 20 de Outubro à porta da sede da empresa, em Lisboa, querendo ser recebidos pela administração turca do grupo Oyak, mas sem sucesso. “Foi uma concentração histórica com muita gente. Vamos continuar a luta contra esta medida injusta que em muito prejudica os trabalhadores e quem, já reformado, de um dia para o outro ficou sem os seus apoios na saúde”, explica a O MIRANTE Fátima Messias, dirigente da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom).
Para a sindicalista, o corte dos apoios não deve ser realizado porque a empresa tem condições financeiras para o suportar. “É uma visão liquidatária da Cimpor e isso tem de ser entendido pela administração turca”, acrescenta Fátima Messias. Para os sindicatos a decisão é inaceitável considerando os 135 milhões de euros de lucros líquidos nos últimos quatro anos e retirando um benefício que, no entender dos sindicalistas, pertence por direito próprio aos trabalhadores.
Na concentração realizada em Lisboa os trabalhadores aprovaram uma tomada de posição onde pretendem fazer chegar o seu descontentamento à embaixada da Turquia em Portugal e não descartam nas próximas semanas realizar acções de protesto à porta das diferentes fábricas da empresa em Portugal, incluindo Alhandra. “Os trabalhadores da Cimpor não podem ser usados para a obtenção de resultados e descartados quando se trata de usufruir de benefícios conquistados há décadas”, critica a Feviccom em comunicado.
Questionada por O MIRANTE sobre o assunto a empresa nunca respondeu.