Economia | 29-10-2023 15:00

Comerciantes de Fátima dizem que fraco negócio se deve à crise financeira do país

Comerciantes de Fátima dizem que fraco negócio se deve à crise financeira do país
Última grande peregrinação do ano ao Santuário de Fátima não está a ser satisfatória para o comércio

A peregrinação de Outubro ao Santuário de Fátima frustrou as expectativas de quem tem no turismo religioso uma importante fonte de receita.

A última grande peregrinação do ano ao Santuário de Fátima está a frustrar as expectativas dos comerciantes, que se queixam que o negócio está fraco e “culpam” as dificuldades financeiras por que passam os portugueses. “Fica caro vir a Fátima, com o combustível, as portagens e a alimentação. E as pessoas têm prioridades na vida”, disse à agência Lusa Lúcia Oliveira, que tem há dois anos uma loja numa das pracetas junto ao santuário. Já no ano passado “também estava fraco” mas, na sua opinião, este ano está pior. “As pessoas não compram ou compram a peça mais pequenina. Há quem corra as lojas a comparar preços antes de comprarem uma coisinha de um euro”, lamentou.
O mesmo referiu António Lopes, que gostaria que regressassem os dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em que as vendas melhoraram significativamente. “As vendas estão muito fracas. Tivemos muitas pessoas na altura da jornada, mas depois abalaram e acabou. A jornada só teve efeitos naquela altura”, contou.
Também Cátia Martins afirmou à Lusa que “durante a Jornada Mundial da Juventude o negócio foi muito bom, mas depois não houve diferença”. “Tivemos sempre muito trabalho, mas quando acabou a JMJ voltou tudo ao normal”, referiu. Na sua opinião, a situação financeira das famílias influencia as poucas compras, quer pela falta que o dinheiro faz para as despesas de casa, quer pelo preço dos artigos religiosos. “Os preços subiram muito e não foram só os dos produtos alimentares. Aqui tivemos artigos que subiram quase 50%”, sublinhou.
O Santuário de Fátima esperava milhares de católicos para os dias 12 e 13 de Outubro, para a última grande peregrinação do ano, com as cerimónias a serem presididas pelo novo cardeal português, Américo Aguiar. De acordo com o santuário, fizeram-se anunciar 114 grupos, sendo Itália o país com maior número (19 grupos).

Santuário de Fátima recebeu 4,4 milhões de peregrinos desde Maio

O Santuário de Fátima recebeu cerca de 4,4 milhões de peregrinos desde Maio, o que representa “um aumento significativo” comparativamente ao ano passado, disse o seu reitor, Carlos Cabecinhas. “Este foi um ano particularmente significativo, sobretudo em termos de recuperação da afluência de peregrinos ao santuário”, frisou.
Carlos Cabecinhas, que falava aos jornalistas no âmbito da última grande peregrinação do ano à Cova da Iria, contou que, no ano passado, o santuário notou “uma recuperação enorme em relação aos tempos da pandemia (de covid-19)”, mas que ficou “ainda aquém daquilo que eram os números de 2019”. Este ano, entre Maio e Outubro a afluência foi “de cerca de 4,4 milhões de peregrinos”, um número que ainda não atinge o verificado em 2019, acrescentou. O reitor sublinhou que houve também uma recuperação dos grupos de peregrinos estrangeiros significativa, com 3.107 grupos de 95 países (incluindo Portugal). “Houve 1.417 grupos da Europa e 295 grupos da Ásia”, sendo que, dos 16 países da Ásia, “o mais significativo” foi a Coreia do Sul.

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