União de Freguesias de Alverca e Sobralinho quer nova associação de empresários
Presidente da Junta de Alverca e Sobralinho deixou o apelo aos empresários locais para que se unam em intervenção na primeira edição das Jornadas Empresariais. Autarca considera que quem tem negócios nessas freguesias não consegue fazer ouvir a sua voz e não pode ficar ao abandono.
A União de Freguesias de Alverca e Sobralinho está “desejosa” que seja criada uma nova associação de empresários que represente os interesses de quem tem negócios nesse território e faça ouvir os interesses dos empresários. O apelo para que os empresários se unam e avancem com uma nova associação foi deixado pelo presidente da junta de freguesia, Cláudio Lotra, na primeira edição das Jornadas Empresariais promovida pela união de freguesias na manhã de 9 de Novembro, na Escola Secundária Gago Coutinho, em Alverca.
“Temos de ter uma associação de empresários que nos represente. Não é um processo fácil, mas é desejável. Temos centenas de empresas que precisam de ter uma voz. Estamos disponíveis para apoiar jurídica e logisticamente essa iniciativa”, prometeu Cláudio Lotra. O autarca considerou que os associados teriam maior facilidade em obter informação dos organismos públicos bem como ter uma voz activa que representasse o sector.
A O MIRANTE, Cláudio Lotra considera que a actual associação empresarial do concelho, a Associação Empresarial dos concelhos de Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos (ACIS), não tem evoluído o suficiente para dar resposta às necessidades de Alverca, uma das freguesias economicamente mais pujantes do concelho. “Se formos analisar os empresários da cidade de Alverca e Sobralinho se calhar 90% não são associados da ACIS. A associação tem um trabalho meritório junto daqueles a quem dá apoio, mas não tem conseguido cativar ao longo do tempo novos associados e ser atractiva para novos associados. E as realidades locais são muito diferentes”, considera. O autarca lamenta ainda que a Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS) seja uma entidade “distante e sem reflexo” na cidade, pelo que a criação de uma associação de empresários em Alverca é o “passo seguinte” a ser dado.
A primeira edição das Jornadas Empresariais de Alverca contou com uma dezena de empresários de vários sectores da freguesia e o objectivo principal foi partilhar experiências, dificuldades, gerar parcerias e contribuir para incrementar os negócios. Foram oradores a OGMA (ver texto nesta edição), Leonor Correia, presidente do grupo Omnialab, e Cláudia Dias, docente universitária e directora de serviços do IVA da Autoridade Tributária, que explicou como funciona o direito à dedução de IVA nas viaturas das empresas.
Concelho só tem 16 grandes empresas
A sessão contou também com Jorge Pisco, presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas, que lembrou que o concelho de Vila Franca de Xira tem 12.600 empresas, das quais a larga maioria - 12.188 - são micro empresas. Apenas 59 empresas são consideradas de média dimensão e apenas 16 são consideradas grandes empresas. Um número que devia aumentar. “Temos lutado para que os Governos promovam a redução dos custos fixos. As empresas estão asfixiadas e estamos numa situação muito complicada ao contrário do que nos dizem. Há um grande conjunto de empresas a passar mal e em risco de fechar”, avisou o responsável, que defende a criação de uma conta-corrente entre as PME e o Estado que lhes permita obter financiamento com maior facilidade.
Também a desburocratização foi considerada uma urgência nacional para melhorar a vida das empresas. “77% de todos os trabalhadores do país fazem parte de micro, pequenas e médias empresas”, lembrou Jorge Pisco, referindo que, anualmente, as PME são responsáveis por gerar riqueza na ordem dos 245 milhões de euros.