Utilização de insectos na alimentação animal é o futuro
Seminário promovido pela Agenda Mobilizadora InsectEra apresentou novo eixo. Inclusão de derivados de insectos nos alimentos compostos para animais proteger as empresas contra a escassez dos recursos e volatilidade dos preços, defendem promotores.
“Os insectos na alimentação animal: potencialidades da sua utilização e novas tecnologias de análise”, foi o mote para a realização do seminário online “A nova bioindústria: o futuro já começou”, promovido pela Agenda Mobilizadora InsectEra. A iniciativa focou-se principalmente no eixo InFeed, que pretende caracterizar as matérias-primas derivadas de insectos através de métodos clássicos e de novas metodologias e desenvolver novas fórmulas alimentares para animais de criação e companhia, acompanhando a investigação e fazendo a ligação entre os vários intervenientes do processo de modo a colocar no mercado alternativas para fazer face aos desafios emergentes.
Daniel Murta, da Agenda Mobilizadora InsecEra, abriu a sessão e apresentou o projecto e quais os seus principais objectivos, destacando a criação de mais de uma centena de postos de trabalho. Cristina Monteiro, gestora para a ciência do laboratório colaborativo FeedInov, falou das potencialidades e constrangimentos na utilização de matérias-primas derivadas de insectos na alimentação animal.
Uma das premissas deste projecto parte da noção de que a alimentação se constitui como o principal custo das explorações pecuárias, por exemplo. As principais matérias-primas são importadas de países de terceiro mundo, o que é uma limitação do ponto de vista da autossuficiência, representando um peso muito elevado na pegada ambiental dos alimentos para os animais. Por isso, a inclusão de derivados de insectos, alimentados com coprodutos da indústria alimentar, nos alimentos compostos para animais, irá proteger as empresas contra a escassez dos recursos e volatilidade dos preços, defendem os promotores, acrescentando que é necessário a reorganização da indústria.
O eixo InFeed, que tem como objectivo mínimo de criar oito linhas de produtos (rações) para alimentação animal, utiliza principalmente três espécies de insectos: a mosca soldado-negro, o tenébrio (besouro) e o grilo-doméstico.
Recorde-se que a Agenda Mobilizadora InsectEra visa possibilitar a comercialização de inovadores produtos com base em matérias-primas derivadas de insecto, tanto na área alimentar, como na de outras indústrias (cosmética ou bioplásticos), ou no inovador sector da biorremediação.A Agenda abrange o fabrico e comercialização dos produtos no mercado, apoiando-se na produção tecnologicamente avançada. Visam fomentar a economia circular e alavancar o desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços com valor acrescentado.