Economia | 09-12-2023 07:00

Cimpor passa para mãos asiáticas mas mantém gestão portuguesa

Fundo de pensões turco que comprou parte do capital da cimenteira Cimpor há pouco mais de cinco anos vendeu-o agora à Taiwan Cement Corporation, que fica com o total do capital da empresa. Negócio aconteceu num momento em que os trabalhadores protestam contra cortes nos complementos de assistência à doença.

A empresa de cimentos Cimpor, que tem uma unidade de produção em Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, vai passar totalmente para mãos asiáticas. Apenas cinco anos depois de ter comprado a empresa, o fundo turco de pensões Oyak, que ainda detinha 60% do capital, decidiu vendê-lo à Taiwan Cement Corporation por 480 milhões de euros, num negócio já confirmado pela cimenteira.
A notícia foi avançada pela agência internacional Bloomberg no dia 28 de Novembro. A Taiwan Cement e a Oyak tinham já criado uma empresa conjunta anteriormente, a Cimpor Global Holdings, na qual a primeira detinha 40% e a segunda 60% do capital. Segundo a Cimpor, esta mudança de investidores não levará a quaisquer alterações na estrutura principal de gestão da empresa por agora, notando que os colaboradores existentes em Portugal “continuarão a fazer parte do caminho de crescimento da empresa” nos mercados nacionais e internacionais.
A Oyak, note-se, chegou a acordo para vender por 673 milhões de euros das participações que tinha em duas cimenteiras, uma os 20% da Oyak Denizli Cement e os 60% da Cimpor, um negócio que agora coloca a cimenteira portuguesa com uma avaliação total a rondar os 800 milhões de euros, valor ainda sujeito a ajustes finais. A Cimpor já veio dizer que a Taiwan Cement é uma das poucas empresas com uma estrutura integrada e internacional que aplica os seus investimentos em vários sectores na área das energias renováveis como baterias eléctricas, equipamentos de armazenamento de energia. Adquiriu a Cimpor contando investir no seu novo cimento de baixo carbono.
Numa nota, a Cimpor diz também que o acordo vai permitir reforçar a produção existente e valorizar os recursos humanos, numa altura em que, como O MIRANTE noticiou, muitos trabalhadores estão a criticar a empresa devido aos polémicos cortes nos complementos de assistência à doença e aos trabalhadores reformados da empresa. Em Outubro, mais de 400 trabalhadores e ex-trabalhadores da empresa concentraram-se à porta da sede, em Lisboa, querendo ser recebidos pela administração mas sem sucesso.

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