Junta de Alhandra quer fazer de novo Espaço Cidadão uma referência
Loja onde em tempos funcionou o balcão da Caixa Geral de Depósitos recebeu obras de 8 mil euros para permitir modernizar os serviços de atendimento da junta de freguesia.
Nas instalações onde em tempos funcionava um balcão da Caixa Geral de Depósitos, na Praça 7 de Março no centro de Alhandra, abriu agora um novo espaço de atendimento da junta de freguesia, que vem dar mais condições a quem trabalhava no edifício principal, que já era pequeno para as necessidades. Além dos serviços directos da junta de freguesia os trabalhadores receberam também formação para prestar atendimento num novo Espaço Cidadão, que permite à população aceder a vários serviços públicos num único balcão, incluindo, entre outros, a renovação da carta de condução, alterar a morada do cartão de cidadão ou activar uma chave móvel digital para aceder a serviços públicos online do Estado.
A inauguração do espaço contou com a presença de dezenas de trabalhadores e forças vivas da localidade incluindo a deputada Maria da Luz Rosinha e o actual presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira. A loja onde agora estão os serviços da junta é privado e estava fechado desde 2018, ano que em o balcão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que ali funcionava fechou portas. Para ocupar as instalações a junta precisou de investir perto de 8 mil euros em obras de adaptação e remodelação do espaço, incluindo muitas horas de mão de obra dos trabalhadores da junta e do próprio presidente, Mário Cantiga, que destacou a importância do novo espaço na aproximação dos serviços públicos à comunidade. “Numa altura em que os serviços públicos não vivem dias felizes, é um orgulho para nós termos criado um novo serviço de excelência e proximidade para todos, com maior dignidade”, frisou o autarca, prometendo continuar a acreditar que este é o caminho. “Trabalharmos em prol da população e para uma sociedade mais justa e fraterna para todos”, afirmou, perante as instalações cheias de trabalhadores da junta.
Já o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, notou a perseverança de Mário Cantiga, que há muito ambicionava modernizar os serviços da junta que funcionavam em condições apertadas e sem capacidade de albergar todos os serviços. “As pessoas trabalhavam num espaço que era como meter o Rossio na Rua da Betesga”, confessou o autarca, notando que não é possível pretender que as pessoas trabalhem de forma eficaz se não lhes forem dadas boas condições de trabalho.
“Não deixa de ser simbólico que a junta, pequena e de proximidade, tenha agora condições para dar mais um passo importante no serviço às pessoas. É assim que se defende as autarquias, a população e o 25 de Abril”, ressalvou.
CGD nunca regressou
Foi em 2018 que a população de Alhandra, como O MIRANTE noticiou, cerrou fileiras contra o facto da CGD ter fechado o balcão da vila. Apesar dos protestos e abaixo-assinado - com 500 assinaturas - o banco público manteve a decisão e nunca voltou a abrir portas físicas na vila. O encerramento aconteceu num ano em que o banco anunciou o encerramento de quase 70 balcões por todo o país. O fecho do balcão de Alhandra foi na altura justificado com o fraco volume de operações que ali se realizavam, numa explicação que nunca convenceu os autarcas, que se uniram, de todas as forças políticas, exigindo que o banco mantivesse as portas abertas. Pouco tempo depois a CGD aceitou colocar em contrapartida duas caixas multibanco na localidade. “Já somos uma vila bastante envelhecida e a existência do banco é determinante. Veio dar-nos um grande abanão pela negativa. O que a actual administração do banco está a fazer é tomar medidas de saneamento financeiro do banco prejudicando as populações e o serviço público que ele deve ter”, criticou na altura Mário Cantiga.