Presidente da AIP lamenta que Lisboa apenas aspire a ser um viveiro de ‘startups’
Na assinatura do acordo de cooperação com Loures, José Eduardo Carvalho referiu-se a “soberba intelectual” para explicar falta de cooperação.
A AIP, IAPMEI, CONFAGRI e ANI (Agência Nacional de Inovação) subscreveram no dia 11 de Janeiro um acordo de cooperação com o município de Loures com o objectivo de dinamizar a actividade económica num dos mais importantes concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML).
O presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, saudou a iniciativa de se inaugurar uma nova fase de cooperação entre empresas, associações empresariais e autarquias, no domínio do desenvolvimento económico e da competitividade territorial e disse não perceber a resignação e o desinteresse dos actores regionais perante essas áreas referindo que uma das razões poderá ser a soberba intelectual lisboeta.
O dirigente associativo sublinhou a sua reflexão com alguns exemplos, dizendo estranhar que na estratégia de Lisboa 2030, a par dos “pilares estratégicos como a urbanidade, a idade, sustentabilidade demográfica e juventude, Tejo e Sado, e património, não mereçam o mesmo estatuto de factores como a atracção de investimento estrangeiro, crescimento económico, aumento da base exportadora, capacidade da região para atrair ou reter talento”.
Afirmou ainda que, tendo a região de Lisboa 36% das empresas do país, excelentes escolas de gestão e engenharia, boas entidades de investigação, em termos de desenvolvimento económico, a sua grande aspiração seja a de ser um “viveiro de startups. É um objectivo limitado para o potencial de desenvolvimento que apresenta”, referiu.
Terminou dizendo que comunga da ideia que é em “Lisboa que se ganha ou se perde a convergência da economia portuguesa, mas há décadas que as empresas de Lisboa são preteridas no acesso a sistemas de incentivos; há anos que o POR Lisboa conhece uma redução orçamental significativa; há anos que se assiste a uma contínua redução do seu contributo para o PIB nacional, perante a indiferença e a resignação dos seus principais actores regionais”.