Economia | 05-02-2024 07:00

Loures e Vila Franca de Xira unem-se para criar biocluster industrial

Objectivo passa por tentar reaproveitar instalações industriais degradadas e dar-lhes nova vida promovendo a economia circular e a criação de produtos sem emissão de carbono.

Os concelhos de Vila Franca de Xira e Loures têm zonas industriais degradadas e ao abandono que querem revitalizar e por isso vão unir-se criando um biocluster único de toda a sua frente industrial e logística. O objectivo é atrair empresas e negócios que possam ocupar instalações industriais degradadas e aí desenvolver negócios que possam absorver as emissões de CO2 de outras indústrias e utilizar águas residuais recicladas.
Como é que isso será feito, em concreto, ainda não se sabe mas é certo que ambos os autarcas têm vontade de avançar com esse biocluster, segundo afirmou o presidente do município de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, na última reunião de câmara de 2023, pouco depois da cimeira do clima (COP28) realizada no Dubai.
“A progressiva eliminação dos combustíveis fósseis, a promoção da economia circular e a criação de produtos de emissão zero são objectivos que partilhamos com empresas do nosso concelho e está em cima da mesa a criação do biocluster da frente industrial e logística dos concelhos de VFX e Loures para absorção do CO2 da indústria e utilização de água residual reciclada”, anunciou.
O plano está numa fase embrionária mas Fernando Paulo Ferreira acredita que é mais o que une os dois territórios do que aquilo que os separa. Ainda para mais numa altura em que Loures é presidida pelo socialista Ricardo Leão. “Ainda a semana passada tive ocasião de ver no local a produção de adubos de zero emissões da ADP (Forte da Casa) e o projecto de criação de Smart Energy que está em preparação na Castanheira do Ribatejo e que pretende produzir hidrogénio verde e descarbonizar a indústria cimenteira e da aviação”, notou o autarca.
Dar nova vida a instalações fabris degradadas no concelho de Vila Franca de Xira pode acabar com a dor de cabeça que essas ruínas causam nas populações e algumas, em especial na Póvoa de Santa Iria e Vialonga, que estão sem qualquer destino à vista há décadas. O facto de serem propriedade privada e de fundos de investimento também não tem facilitado que ganhem nova vida, uma tendência que os autarcas de VFX e Loures esperam conseguir inverter com o novo cluster.

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