A luz natural é o mais importante factor de produção de uma figueira
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Gofigo organizou uma formação de poda de figueira, em Adofreire, concelho de Torres Novas, dirigida pelo especialista Rui Maia de Sousa que destacou a importância da luz solar para ter melhores resultados de produção. Durante a formação teórica e prática, os participantes aprenderam sobre os utensílios necessários e as técnicas da poda.
A Gofigo, Agrupamento de produtores do figo do concelho de Torres Novas, promoveu uma acção de formação de poda de figueira durante o dia de sábado, 17 de Fevereiro, das 09h00 às 18h00, em Adofreire, concelho de Torres Novas, que inclui almoço no restaurante Cabaças, em Videla. A formação foi liderada por Rui Maia de Sousa, engenheiro, dos maiores especialistas da área e pessoa bastante acarinhada pelos produtores de figo de Torres Novas. A iniciativa contou com cerca de 25 pessoas da zona de Torres Novas, Lisboa e Algarve, interessadas em saber como cuidar de um figueiral e aperfeiçoar a técnica da poda para ter melhores resultados de produção. Rui Maia de Sousa começou por explicar que o objectivo da poda passa por reduzir o período improdutivo, manter cada árvore no espaço que lhe foi destinado, favorecer a entrada da luz no interior da copa, renovar ramos, obter frutos de qualidade em quantidade e prolongar a vida económica do pomar. A poda deve ser feita com uma tesoura e serrote apropriados, desinfectados, lubrificados e afiados, não sendo aconselhável utilizar a motosserra.
A época da poda depende da finalidade que o produtor quer atingir. Caso se pretenda estimular a formação de madeira, e aumentar o vigor da árvore, deve-se podar no inverno. Se o objectivo for estimular a formação de órgãos de frutificação, reduzir o vigor e “travar” o crescimento da árvore deve ser feita no verão. Durante a poda é também necessário ter em consideração os tipos e a forma de corte dependendo do objectivo pretendido, explica Rui Maia de Sousa, acrescentando que os ramos horizontais são mais produtivos do que os verticais.
O sistema de condução deve ser fácil de executar, utilizando o mínimo de mão de obra e reduzindo o período improdutivo, sem contrariar o hábito natural. O engenheiro realça ainda que o sistema de condução deve permitir a mecanização e a maior produção por hectare com o custo mais baixo possível. Os primeiros ramos devem ficar a 50 centímetros acima do solo e devem ser mais compridos do que os que estão acima. Após a poda deve-se isolar os cortes maiores com pasta cicatrizante, destruir a lenha da poda promovendo os nutrientes da figueira que ajudam a aumentar a matéria orgânica no solo, e realizar o tratamento com cobre no espaço de três ou quatro dias.
Rui Maia de Sousa, engenheiro e coordenador da Estação Nacional de Fruticultura de Vieira Natividade diz que a figueira deve ser cuidada e tratada para voltar a ser negócio como já foi noutros tempos. Apesar de ser uma árvore generosa, que aguenta todas as maldades dos produtores e da natureza, é preciso protegê-la da cochonilha e de outros males, fazer uma poda que ajude a árvore a crescer de forma harmoniosa, e acima de tudo dar-lhe condições para produzir muitos e bons figos para o mercado que é cada vez mais exigente, disse e repetiu de várias formas enquanto ia explicando e exemplificando, saltando de figueira para figueira. Durante a parte prática da formação no terreno, em figueirais onde o Rui Maia de Sousa já interveio noutras alturas, não se limitou apenas a ensinar a usar a tesoura como deu conselhos para que a árvores sejam protegidas dos ratos, que são um dos seus maiores inimigos. Na poda o conselho mais repetido foi o de que o factor de maior produção de uma figueira é a luz natural, por isso é preciso podar de forma a que o sol ilumine o mais possível todos os ramos.