Economia | 21-03-2024 11:59

Assembleia geral da Nersant para lavar roupa suja e dar desculpas

Assembleia geral da Nersant para lavar roupa suja e dar desculpas

O presidente da direcção evidenciou logo no início as suas fragilidades ao dizer que não tinha noção da estrutura da Nersant

A assembleia geral da Nersant, esta quarta-feira, foi uma mão cheia de nada com muita conversa e sem a apresentação de qualquer novidade ou informação relevante sobre o rumo da associação empresarial que tem 2,4 milhões de euros de dívidas. O presidente da direcção evidenciou logo no início as suas fragilidades ao dizer que não tinha noção da estrutura da Nersant e que tudo era muito complexo. Uma intervenção que levou um dos associados a questionar se Pedroso Leal tinha condições para estar no cargo. Outro associado criticou o facto de o presidente, no cargo há seis meses, nem sequer responder aos associados, sublinhando que está há um mês e meio à espera de resposta a um e-mail.

A reunião onde não foram divulgadas as contas que já tinham sido entregues pela empresa de contabilidade porque, disse o presidente, os valores assustaram e foi pedida uma auditoria interna, serviu em grande parte para a vitimização e para atacarem O MIRANTE pelas notícias que tem feito sobre a associação. Na assembleia, com a presença de 69 associados, estiveram presentes os anteriores presidentes, Salomé Rafael e José Eduardo Carvalho que confessou não entrar nas instalações há 14 anos. O ex-dirigente, que catapultou a Nersant para uma das associações com maior visibilidade na altura, disse que se fosse ele nunca teria convocado esta reunião.

José Eduardo Carvalho sublinhou que sempre houve dificuldades na associação e que o que está a acontecer, provocado por esta direcção, é um maior alarmismo e recordou que na sua altura, quando havia dificuldades, as pessoas estavam unidas e não se andava a falar disso para não difilcultar o acesso ao crédito, por exemplo. O ex-presidente da Nersant e actual presidente da AIP disse que no seu tempo havia uma equipa coesa e uma imprensa favorável porque não eram passadas informações sobre as dificuldades. Dando como exemplo o facto de uma empresa não andar a falar com clientes e fornecedores a dizer que está com problemas financeiros.

O anterior presidente da Nersant, Domingos Chambel, que confirmou ter emprestado 300 mil euros à associação para ela não fechar, e que existe uma fiança da Nersant de 9 milhões na Depomor em Rio Maior, disse que há meia dúzia de pessoas que não devia estar na associação e que sabe bem quem “cá está para a fazer cair”. José Eduardo Carvalho já tinha alertado antes para a necessidade de não dividir os sócios, para a divisão de sócios com a direcção e aconselhou a não arranjarem mais guerras, sublinhando que é necessário ceder e mudar de estratégia.

O presidente da Nersant, Pedroso Leal, passou uma parte da reunião a falar de O MIRANTE e das notícias que têm sido publicadas sobre os problemas da associação, que não desmentiu, e chegou a propor para se votar que o jornal e o seu administrador fossem consideradas Persona non gratas. Mas retirou-a depois de Salomé Rafael ter alertado que esse não era o caminho que a associação deveria seguir.

A direcção não apresentou nenhuma novidade para tirar a associação das dificuldades, voltando a dizer que a solução é a venda do pavilhão. No início da assembleia foi apresentado um desenho sobre a ideia de se criarem residências para idosos, destinados a empresários, mas sem qualquer tipo de estudo, de estratégia, de modelo ou de plano de viabilidade, numa ideia muito dificilmente exequível por falta de dinheiro.

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