Economia | 15-04-2024 12:00

Trabalhadores da fábrica de Alhandra da Cimpor convocados para greve de três dias

Trabalhadores da fábrica de Alhandra da Cimpor convocados para greve de três dias
Trabalhadores das quatro fábricas da Cimpor em Portugal, incluindo a de Alhandra, anunciaram uma greve este mês

Trabalhadores da empresa cimenteira pedem aumento mínimo de 200 euros no vencimento e a fábrica de Alhandra vai juntar-se ao protesto. Greve na Cimpor acontece três meses depois da empresa ter passado para mãos chinesas.

Os trabalhadores da Cimpor, que tem uma fábrica em Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, emitiram um pré-aviso de greve, de 16 a 19 de Abril, exigindo uma revisão do acordo da empresa e aumentos salariais de pelo menos 200 euros, anunciou a Federação dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom).
Um protesto que acontece pouco mais de três meses depois da Cimpor ter passado de mãos turcas para o domínio da chinesa Taiwan Cement Corporation. “Uma empresa com lucros em alta não pode ter salários em baixa. Basta de discursos que elogiam os trabalhadores e desvalorizam os seus direitos e salários”, critica a Feviccom em comunicado enviado a O MIRANTE. A empresa propôs aumentos salariais de 4,1% mas os trabalhadores não concordam. “Esta proposta não repõe nem melhora o poder de compra, desrespeita os saberes e competências dos trabalhadores, não tem em conta os ganhos de produtividade e não assegura uma justa distribuição da riqueza que produzimos”, refere a federação de sindicatos.
A paralisação em defesa da proposta de revisão do acordo de empresa foi decidida pelos trabalhadores em recentes plenários realizados nas fábricas, mais de 20 anos depois da última grande greve realizada na Cimpor. No centro de produção de Alhandra a greve começa dia 16 às 06h00 na expedição e ensacagem, às 07h00 na pedreira e às 08h00 para os restantes turnos e horário geral. A federação exige aumentos salariais de 8%, com um mínimo de 200 euros em 2024 e um período normal de trabalho de 37 horas semanais a partir de 1 de Janeiro de 2025.
Entre as reivindicações estão ainda a retribuição do trabalho por turnos, alargamento da antiguidade dos actuais 16 para 18 anos, atribuição de descanso compensatório pelo trabalho realizado num feriado, o pagamento do 15.º mês, assistência na doença para todos os trabalhadores, pré-reformados, reformados e familiares, apoio escolar a filhos dos trabalhadores e o alargamento da progressão de carreira de diversas categorias profissionais incluindo mais dias de férias consoante a antiguidade.

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