Projecto Tejo para criar reservas de água continua parado
O Projecto Tejo recebeu o entusiasmo do anterior Governo mas não teve avanços concretos.
Os promotores da ideia de valorização da água do Tejo para vários fins estão à espera de reunir com o novo Ministro da Agricultura e entretanto já foi instituído um conselho estratégico com 17 personalidades para dar mais alento ao projecto.
O Projecto Tejo, que pretende criar uma reserva de água na região do Ribatejo para aproveitamento agrícola e turístico, entre outros, ainda não avançou desde que o anterior Governo mandou fazer um estudo de viabilidade económico à iniciativa que partiu dos donos da Lagoalva, em Alpiarça. Manuel Campilho, um dos promotores do projecto, diz que já foi pedida uma reunião com o ministro da Agricultura, aguardando-se uma resposta.
Segundo Manuel Campilho, é intenção depois de reunir com o Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, pedir também uma audiência à Ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho. Entretanto criou-se um conselho estratégico para ir avaliando o projecto e dando sugestões, que já teve a sua primeira reunião no dia 3 de Julho para se acertar uma metodologia de trabalho, tendo sido já marcada uma segunda reunião para 27 de Setembro. O conselho reúne 17 personalidades, sendo presidido por Francisco Avillez, engenheiro e professor universitário, fazendo parte do mesmo os ex-Ministros da Agricultura António Serrano, Assunção Cristas e Luís Capoulas Santos.
Manuel Campilho refere que o anterior Governo liderado por António Costa foi um entusiasta do projecto, mas não avançou quase nada quanto à sua implementação. Numa entrevista a O MIRANTE, em Setembro de 2023, a anterior ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, dizia que não havia naquela altura condições para avançar com o projecto e que o Estado nunca terá condições para avançar de uma vez com um projecto desta dimensão, considerando que tinha que se hierarquizar o investimento e que a prioridade devia ser avançar com os investimentos relacionados com o consumo humano, o abeberamento animal e produção agrícola.
As várias obras necessárias no curso do rio para irrigação, abastecimento público ou lazer, representa um investimento de cerca de 4,5 mil milhões de euros. “Se nada for feito daqui por dez anos o Tejo vai chegar ao mar como uma ribeira malcheirosa”, já tinha alertado Manuel Campilho no início de 2022 durante uma apresentação do projecto numa sessão da SEDES de Santarém. O vice-presidente da +Tejo – Associação para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Tejo, promotora do projecto, Jorge Froes, explicou na altura que se podem fazer-se as obras aos poucos melhorando as condições em vários troços do rio sendo que a totalidade das intervenções têm um horizonte de 30 a 40 anos.