Expositores concordam com duração das Festas do Concelho de Sardoal
A duração das Festas do Concelho de Sardoal tem sido tema recorrente, ao longo dos anos, em reuniões camarárias, mas expositores concordam que a duração ideal seja de três a quatro dias. Destacam também a qualidade de vida no concelho e o bom trabalho que tem sido feito no combate e prevenção de incêndios.
A duração das Festas do Concelho de Sardoal tem sido um tema recorrente em várias reuniões camarárias, ao longo dos anos. A oposição socialista defende que os três dias, em que tem sido realizado o evento, não justificam o investimento monetário e temporal, por parte dos expositores e associações. A maioria social-democrata tem vindo a defender que o período de duração parece adequado e que os próprios expositores e associações já demonstraram o seu agrado, até por não terem capacidade humana para assegurar mais dias de festa.
O MIRANTE esteve nas Festas do Concelho de Sardoal de 2024, realizadas de 20 a 22 de Setembro, onde falou com alguns expositores que confirmam concordar com a duração das festas, por ser desgastante alargar a mais dias. Francisco Sousa, de 33 anos e natural do Sardoal, esteve presente pelo segundo ano nas festividades. Explica que, enquanto visitante, preferia mais dias de festa, mas enquanto expositor, os três dias já são bastante desgastantes, achando que a duração ideal seria entre três e quatro dias.
Francisco Sousa assina como Frank, O Mudo, por vender desenhos e trabalhos gráficos apenas de mãos mas com elementos alusivos a acontecimentos e temas reais como a religião, a crise de habitação e o 25 de Abril. Os trabalhos encontram-se em formato de postais, impressões, quadros e agora em sacos de pano. Vende, principalmente, na região norte do país, participando também em vários mercados da região. Apesar de ser a sua profissão a tempo inteiro, destaca como principal dificuldade a instabilidade financeira, que obriga a uma maior gestão durante os meses de menos eventos.
Nascido no Sardoal onde ainda reside, Francisco Sousa afirma que gosta de viver no concelho. “É um sítio em que podemos ir a pé a todo o lado, com bons acessos rodoviários a vários pontos do país. Tem bons serviços, supermercados, correios e centro de saúde, algo que já não se encontra em muitas vilas e aldeias. Viver perto da floresta e da natureza também é um ponto muito positivo” afirma. Os incêndios continuam a ser um fantasma sempre presente. “Evito falar e pensar nisso, até pelo meu bem-estar, pela preocupação que me gera e ser um assunto que não posso controlar” explica, elogiando a forma como o concelho tem trabalhado no combate e prevenção de incêndios, com iniciativas de limpeza de terreno e sensibilização da população.
“Não se justifica estar aqui mais dias”
Maria Teresa começou a fazer trabalhos de trapologia há 35 anos. Expõe, frequentemente, nas festas do concelho e concorda que a duração dos festejos está adequada. “Não se justifica estar aqui mais dias durante a semana quando as pessoas não vêm tanto. Três a quatro dias parece-me o ideal, até pelo nosso cansaço”, explica. Elogia a animação e organização das festas, acrescentando que a calma e a segurança que se sente no concelho são as coisas que mais gosta enquanto moradora.
O medo dos incêndios também está sempre presente, mas explica que não há muito a fazer, além de ter esperança que não cheguem à região. “A situação parece estabilizada, nos dois últimos anos não tem havido incêndios e isso é positivo, acho que se está a trabalhar bem nesse sentido” diz. Maria Teresa vende carteiras, mochilas e sacos através da técnica de trapologia e afirma que a principal dificuldade do artesanato é a escassez de clientes. “As pessoas agora têm mais oferta noutras lojas, já não é como antigamente. Por vezes, não precisam destes artigos porque já têm ou também são afectadas pelas dificuldades financeiras”, afirma.