Eixo Vila Franca de Xira/Azambuja é estratégico para a logística nacional mas faltam terrenos para continuar a crescer
Promotora da maior plataforma logística da Castanheira do Ribatejo, que vai ser entregue à Leroy Merlin em Novembro, diz ter forte procura de operadores para abrir novos espaços logísticos no eixo entre VFX e Azambuja mas faltam terrenos disponíveis.
A Montepino, entidade especializada no sector do imobiliário logístico e cujos activos são geridos pela espanhola Valfondo, diz ter chegado ao concelho de Vila Franca de Xira com a intenção de ficar e continuar a desenvolver a plataforma logística de Castanheira do Ribatejo e outros projectos logísticos em Portugal. “Este é um projecto com muita ambição e onde colocámos o nosso coração. Não chegámos à Castanheira do Ribatejo para vender e alugar estes espaços e ir embora. Viemos para ficar e queremos continuar”, garantiu Ben Alogo, director de desenvolvimento internacional da Valfondo na última semana, durante uma visita ao espaço com jornalistas.
Segundo os responsáveis da Valfondo, a plataforma logística de Castanheira do Ribatejo estava presa há muito tempo em procedimentos burocráticos e com muitos problemas. “Em 2022 comprámos o espaço e desenvolvemos o projecto. Esta zona é muito importante para nós, acreditamos que a logística em Portugal tem futuro e muito potencial, porque há muita procura”, notou o responsável, para quem o eixo Vila Franca de Xira - Azambuja é determinante para o cenário logístico nacional. Por isso, a empresa está a negociar outros 22 mil metros quadrados na zona para se tentar expandir e dar resposta à procura dos operadores. A procura, assegura o responsável, é elevada mas faltam terrenos disponíveis. “60% da logística nacional está aqui entre VFX, Azambuja e Benavente. Temos pedidos para áreas a rondar os 200.000 m2 mas não temos terrenos. E em Benavente nem temos solos disponíveis para avançar”, lamenta o responsável.
A Montepino desenvolve a sua operação num dos maiores lotes da Plataforma Logística da Castanheira do Ribatejo, que tem uma área bruta de 324.000 m2 de área urbanizada e mais de 147.000 m2 de área bruta construída. Onde se inclui a nave chave na mão para o centro de distribuição nacional da Leroy Merlin, que custou 120 milhões de euros e será entregue até ao final de Novembro. A construção do edifício envolveu a criação de 250 postos de trabalho e a colaboração de 40 empresas, estando prevista a criação, segundo a empresa, de quatro centenas de postos de trabalho na plataforma.
Questionado sobre a possibilidade da Valfondo adquirir armazéns logísticos devolutos no concelho de Vila Franca de Xira para expandir as suas operações, Ben Alogo é claro: “Já visitámos alguns e reformar o que existe é complicado. No fundo passa por demolir e construir de novo, com todos os desafios que isso representa”, explica.
Actualmente a Valfondo gere 54 activos na Europa que valem 1.300 milhões de euros e tem actualmente 28 centros logísticos arrendados, 17 terrenos destinados ao desenvolvimento e promoção futura e nove imóveis em construção.