Economia | 21-10-2024 07:00

Frutos secos estão na moda e têm cada vez mais procura

Frutos secos estão na moda e têm cada vez mais procura
Vanda Hilário, Tiago Oliveira, Luciana Silva e Ana Cristina

Vendedores e produtores da Feira Nacional dos Frutos Secos, em Torres Novas, admitem que os frutos secos não são baratos, mas mesmo assim são cada vez mais procurados pelos consumidores. Evolução e crescimento do certame foram os principais aspectos positivos apontados pelos vendedores e expositores.

A procura de frutos secos tem sido cada vez maior e alargada a vários gostos, contrariando a ideia de ser um produto específico para determinado público. Esta é a opinião comum de alguns dos expositores e vendedores da Feira Nacional dos Frutos Secos, em Torres Novas, com quem O MIRANTE falou. Vanda Hilário e Tiago Oliveira são um casal proprietário do negócio “Mercadinho dos frutos secos”. Tiago Oliveira reconhece que os frutos secos são produtos relativamente caros, e com um aumento de preço substancial nos últimos anos, mas a população, no geral, tem aumentado o seu interesse e procura pelos produtos. Acredita que isso se deve ao facto dos frutos secos estarem associados a um estilo de vida saudável e a cuidados com a alimentação, uma preocupação cada vez mais presente na sociedade.
Ana Cristina, que esteve na Feira Nacional dos Frutos Secos em representação do seu negócio “Quinta do Portinho”, também concorda que a clientela tem aumentado. “São produtos um pouco caros, mas o que vejo acontecer agora é que, antes era determinado público que levava, mas em grandes quantidades, hoje o público aumentou e já muita gente procura. No entanto, pelo custo, já levam quantidades mais moderadas. Em vez de um quilo de uma vez, agora vendo 200 ou 300 gramas, duas e três vezes” explica.
Luciana Silva, vendedora de especiarias e ervas aromáticas, acredita que o aumento da procura pelos produtos se deve, sobretudo, à qualidade e variedade dos mesmos. “Aqui, existem muitos produtos que as grandes superfícies comerciais não vendem. E mesmo os que vendem, a qualidade é diferente porque procuramos determinados tipos de receitas, mais específicas, num processo detalhado e rigoroso que acaba por fazer a diferença no resultado final”, explica.
O crescimento e evolução da Feira Nacional dos Frutos Secos foi outra opinião comum entre os vendedores. Tiago Oliveira confessa que, além das vendas, o que mais aprecia no certame é o regresso ao concelho de Torres Novas, de onde é natural, e o convívio com outros expositores e vendedores. Ana Cristina sente que, apesar do aumento do número de expositores, as vendas têm decaído ligeiramente pelas dificuldades económicas da população, mas salienta que a participação é sempre positiva, tratando-se de um evento distinto dos demais em que participa.
Luciana Silva participa na Feira Nacional dos Frutos Secos desde a 30ª edição e concorda com a evolução da feira, afirmando ser um dos certames onde mais vende. Natural de Barcelos, participa em feiras por todo o país, tendo começado o negócio “Aromas do Cávado” há 10 anos, juntamente com o marido. Sendo a sua ocupação a tempo inteiro, explica que é desafiante viver das vendas.
Ana Cristina vive no Carreiro da Areia, no concelho de Torres Novas, onde tem a “Quinta do Portinho”, uma empresa familiar de revenda e tratamento de frutos secos e produtos alimentares. Nas feiras, o trabalho resume-se, principalmente, às vendas, destacando o figo preto de Torres Novas, as passas de uva e o pinho mel como os artigos mais procurados. Durante a maior parte do ano, o negócio da empresa familiar é realizado a partir do seu armazém onde compram a pequenos produtores locais para revender, assegurando o tratamento de grande parte dos produtos como a lavagem e secagem, embalamento e análises aos produtos.
O casal Vanda Hilário e Tiago Oliveira começou o negócio “Mercadinho dos Frutos Secos” em 2020, na altura da pandemia. Os pais de Tiago Oliveira são produtores e a ideia de vender online, surgiu no confinamento, tendo decidido começar a vender os produtos por todo o país, principalmente, na zona oeste, onde vivem, e nas feiras de Torres Novas. Apesar da produção ser, principalmente, da responsabilidade dos pais, Tiago Oliveira vai ajudando em alguns processos que admite ainda estar a aprender. “É preciso ter gosto pela produção e vontade de aprender. Há coisas difíceis como a apanha e o tratamento do figo preto. É um ofício que requer paixão e dedicação a tempo inteiro”, afirma.

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