Congresso InsectERA debateu sustentabilidade dos insectos e oportunidade de novo sector Bioindustrial
Primeiro Congresso da Agenda Mobilizadora InsecERA decorreu no Estoril e contou com a participação de convidados ilustres, como Luís Marques Mendes.
A Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril recebeu a 23 de Outubro o primeiro Congresso InsectERA, com o tema dos “Insectos como Ferramenta de Sustentabilidade”. O congresso contou com 50 posters, de autores internos e externos da Agenda Mobilizadora. O presidente do município de Santarém, João Teixeira Leite, entidade que também integra a Agenda Mobilizadora InsectERA, abriu o congresso realçando que desde a primeira hora aderiram à Agenda, que se enquadra na ambição de Santarém de potenciar o crescimento económico de base empresarial, bem patente num conjunto de investimentos em curso no concelho, que ultrapassam os 210 milhões de euros, e outros já anunciados. O autarca referiu que as exportações das empresas do concelho, em 2023, cresceram mais de 16%, comparativamente ao ano anterior.
A segunda intervenção foi do presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, que referiu que este tipo de actividades inovadoras e geradoras de conhecimento têm sido a sua aposta. Realçou a importância do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no apoio a projectos estruturantes para os territórios e abordou o Relatório Mario Draghi, que pode e deve permitir um conjunto de instrumentos para potenciar a inovação e contrariar as divergências que têm vindo a acontecer no crescimento, quando comparado com a China e os EUA. Terminou, referindo que Cascais é um território laboratório, que tem permitido ao concelho muitos ganhos de competitividade, em projectos disruptivos, liderando processos sociais, económicos e ambientais.
De seguida foi dado início ao 1º painel do Congresso: Insetos: Fonte de Saúde, Sabor e Sustentabilidade. Diogo Palha, CEO da Thunder Foods e líder do Eixo InFood, apresentou o objectivo e desenvolvimentos do eixo e destacou a importância da sustentabilidade económica das empresas e da necessidade da agilidade das entidades públicas para levar as agendas a bom rumo. O congresso incluiu uma mesa redonda moderada por Simão Lima, director de Qualidade da Thunder Foods, que contou com a presença de representantes de vários sectores da cadeia de valor dos insectos.
A encerrar o congresso, o Secretário-Geral da Agenda, António Campos, agradeceu a presença de todos e o apoio 42 parceiros. Destacou que esta parceria tem vindo a ganhar mais confiança, com um claro reforço do empenho de todos, permitindo acalentar a criação de um novo sector bioindustrial. “É uma Agenda que tem na sua constituição várias competências, que respondem a desafios concretos. Ter unidades de I&D a colaborar com empresas, acelera o desenvolvimento e a transferência de tecnologia, permitindo testar soluções inovadoras”, disse, destacando que a Agenda possui 209 membros integrados nos 42 parceiros, e que a taxa de execução do projecto já atingiu os 40%.
Marques Mendes diz que é preciso mais competitividade
O ex-ministro e actual comentador político Luís Marques Mendes também marcou presença no congresso. Começou a sua intervenção referindo que não é um conhecedor da temática dos insectos, mas que ao explorá-la ficou a compreender o grau de utilidade dos mesmos nas mais variadas aplicações. Reconheceu que este projecto tem uma dimensão estratégica, dada a sua inserção no Mundo Global, mas em especial na União Europeia. Recordou que, como a União Europeia passa por um mau momento de competitividade, como ficou claro no Relatório Mario Draghi, é muito preocupante que a Europa não esteja a conseguir inovar e transformar-se tecnologicamente para a competitividade. Sublinhou ainda que Portugal vive, nos últimos dois anos, momentos de oportunidades muito positivas, em parte devido à aplicação do PRR e da forma como ele foi concebido.