Oposição na Câmara do Entroncamento chumba venda de terrenos para construção
Vereadores do PSD e vereador eleito pelo Chega inviabilizaram proposta de hasta pública para alienação de nove lotes de terreno, no Casal da Galharda, como pretendia a gestão socialista.
A oposição na Câmara do Entroncamento, composta por três vereadores do PSD e um vereador eleito pelo Chega, reprovaram a venda em hasta pública de nove lotes de terreno municipais situados na Quinta de Santo António, no Casal da Galharda. Os lotes seriam para construção de habitação privada, com um valor base de três mil euros por parcela. Segundo o presidente do município, Jorge Faria (PS), a medida visava promover a construção de habitação por privados, para fazer face à falta de habitação no concelho, com possibilidade de construção a custos controlados.
Em declaração de voto, o vereador do PSD, Rui Madeira, disse não compreender uma proposta que voltava a contemplar a possibilidade de construir 100 novas habitações no concelho. “Já demonstrámos, anteriormente, a nossa posição sobre este assunto, seja por contratação directa ou por alineação, o propósito é o mesmo. Em vez de se andar, desesperadamente, sem se saber porquê, a tentar construir novas habitações, devia-se desenvolver esforços para reabilitar as habitações já existentes e degradadas, para dar outro ar ao concelho, que bem precisa, e colocava-se os imóveis ainda mais rapidamente no mercado, recuperando edificado do Estado”, alegou.
Para reforçar os seus argumentos, Rui Madeira fez uso do Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos que refere a existência de 23% de habitações vagas e desabitadas ou disponíveis para arrendamento no concelho. “Para que vamos construir 100 habitações novas, se temos cá livres e disponíveis? Além disso, está aprovado o loteamento para construção de 2800 habitações por todo o concelho. Que tipo de interesse existe em acrescentar mais 100? Prejudicar, ainda mais, a imagem de dormitório que o Entroncamento já tem? Ou sobrecarregar, os serviços que já estão sem capacidade de resposta, como as finanças, educação e segurança?”, questionou.
Jorge Faria respondeu que a proposta, em momento algum, dá a garantia de servir para construir 100 fogos de habitação a custos controlados. O presidente do município disse que a alienação dos terrenos iria permitir colocar no mercado terrenos destinados, exclusivamente, à construção de habitação para responder à elevada procura habitacional. “O objectivo é criar condições para que o sector privado avance com projectos habitacionais, fomentando acesso de habitação a um maior número de famílias. Os custos controlados são apenas uma opção a considerar, não que se impõe, assim como o número de habitações a construir. A realidade é que as rendas estão com valores enormes, existe uma procura excessiva face à oferta e há muitos lotes com condições para construir”, justificou Jorge Faria, reiterando que a medida pretendia disponibilizar lotes a custos reduzidos para promover a construção de habitação e aumentar a oferta no concelho.