Economia | 02-02-2025 07:00

Estado vai continuar a pagar salários dos antigos trabalhadores da Central do Pego

Estado vai continuar a pagar salários dos antigos trabalhadores da Central do Pego
Central do Pego deixou de queimar carvão em 2021

Para o presidente da Câmara de Abrantes, a expectativa é que, com a reconversão da Central do Pego, e se todos os projectos apresentados no âmbito das energias renováveis forem implementados, a perda dos postos de trabalho seja recompensada.

Os antigos trabalhadores da Central Termoeléctrica do Pego, onde a produção de electricidade a partir do carvão encerrou em 2021, vão continuar a receber em 2025 os vencimentos através do Fundo Ambiental. “Em 2025, atendendo a que um dos projectos que tem uma parte substancial do ponto de ligação ainda não está todo implementado, que é este projecto da Endesa [de reconversão da central a carvão], e demorou mais tempo do que o previsto, o Governo, bem, entendeu que deve para 2025 manter estes apoios a estes trabalhadores”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Abrantes.
Segundo Manuel Jorge Valamatos, a manutenção dos apoios é para todos os trabalhadores que laboravam na antiga central a carvão. “E é isso que nos deixa, digamos, confortados e queremos verdadeiramente que a Endesa implemente o seu projecto e que outros projectos que temos vindo a acompanhar possam ser implementados rapidamente e que criem mais postos de trabalho do que tínhamos com a Central Termoelétrica a carvão”, declarou o autarca.
O fim da laboração na central a carvão do Pego, no concelho de Abrantes, em 30 de Novembro de 2021, afectou cerca de 150 postos de trabalho directos e indirectos. “A parte económica, obviamente, foi muito impactante com o encerramento da central a carvão, e, entre muitas coisas, uma das nossas preocupações centrais sempre foram os trabalhadores e de que forma é que os trabalhadores, as suas famílias, iam viver este encerramento”, salientou o presidente da Câmara de Abrantes. Desde essa altura, e até Dezembro de 2024, todos continuaram a receber os ordenados como se estivessem a trabalhar”, num “apoio importantíssimo através do Fundo Ambiental”, acrescentou.
Manuel Jorge Valamatos (PS) recordou ainda que a Central Termoeléctrica do Pego “tem uma parte a gás e uma parte a carvão e que a parte a gás continua a funcionar”. De acordo com o autarca, o município foi acompanhando com o Governo o evoluir do processo com o objectivo de criar as melhores condições, para que houvesse projectos no âmbito da energia verde capazes de compensar o encerramento do carvão, o que “está a acontecer”, embora “com atraso”, sendo que “a legislação e as burocracias não ajudam a processos mais céleres”. Questionado sobre o ponto de situação da reconversão da central a carvão do Pego, Manuel Jorge Valamatos indicou que a expectativa é que, se todos os projectos apresentados no âmbito das energias renováveis forem implementados, compensem “perfeitamente a perda dos postos de trabalho” resultantes do encerramento da central a carvão.
Com o fecho da central a carvão do Pego, a empresa de energia Endesa obteve em 2022, em concurso público para reconversão da central de produção de energia, o direito de ligação à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) de 224 MVA para a instalação de 365 MWp de energia solar, 264 MW de energia eólica, com armazenamento integrado de 168,6 MW, e um eletrolisador de 500 kW para a produção de hidrogénio verde. A Endesa, que tem um investimento global na região na ordem dos 600 milhões de euros, anunciou também um investimento de um milhão de euros na criação de uma Escola Rural de Energia Sustentável, que prevê a criação de 75 postos de trabalho directos, dando preferência à integração dos trabalhadores da antiga central a carvão. O projecto prevê ainda a reconversão e qualificação profissional de cerca de 2.000 pessoas da região, capacitando-as para exercerem actividades em projectos de energias limpas e renováveis no território centrado no concelho de Abrantes.

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